sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Medo e Delírio em Las Vegas – Hunter S. Thompson

“Ela não disse nada. Notei que não estava em perfeito controle de si mesma. Tinha ombros enormes e um queixo que lembrava Oscar Bonavena. Sentei na cama e, como quem não quer nada, enfiei a mão na sacola em busca do spray de pimenta... ao sentir o polegar encostando na válvula tive vontade de puxar a lata pra fora e dar um banho de pimenta na garota. Só para deixar as coisas claras. Eu precisava desesperadamente de paz, descanso, um refúgio. Um combate mortal no meu próprio quarto de hotel contra algum tipo de abominação hormonal alucinada por drogas era a última coisa que eu queria.”

Hunter S. Thompson

medo e delírio livroAcabei levando esse livro para a viagem das férias por motivos de ser pequeno. Já imaginava que não iria ser meu preferido. Só não achei que iria detestar tanto.

Eu digo que não iria gostar porque já tentei ler outros livros que mostravam a contracultura e essas pessoas que viajam o mundo fazendo merda e usando droga. Talvez essas histórias sejam datadas, porque minha geração foi livre e não precisou de abusos para passar uma imagem.

De todo modo, na segunda passagem que ele conta sobre as suas aventuras drogado para escrever histórias e simplesmente ir pra lá e pra cá, eu já percebi que tudo era repetido e cansativo.

Até entendo que chocou muita gente e blablabla. Mas não rola mais e esse tipo de leitura eu acho maçante, porque me parece uma forma sutil de dizer: “sou foda, não ligo pra nada”.

Quem sabe o filme seria melhor?

medo e delírio filmeFilme: Medo e Delírio em Las Vegas (Fear and Loathing in Las Vegas)
Nota: 6
Elenco: Johnny Depp, Benicio Del Toro, Tobey Maguire
Ano: 1998
Direção: Terry Gilliam

Mais do mesmo. Tão sem sentido quanto o livro, com mais recursos para ficar non sense.

Não tenho muito o que dizer, apenas que não é para mim. Se você gosta parabéns, nada a unânime nesse mundo.

FDL

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

O Exílio e o Reino – Albert Camus

o exílio e o reinoTrata-se de uma coletânea de contos do autor que tem me conquistado nos últimos anos. São eles: A mulher adúltera, O renegado ou um espírito confuso, Os mudos, O Hóspede, Jonas ou o artista trabalhando e A Pedra Que Cresce.

De longe não é o melhor livro do autor. Embora tenha histórias boas, com reflexões interessantes, alguns contos são confusos e acabei não entendendo qual era o ponto. Talvez eu precise de mais para me meter a besta.

O talvez sejam alguns contos herméticos mesmo, então fica a dúvida.

De todo modo, recomendo o conto Os Mudos, que fala sobre uma greve de trabalhadores.

Os outros não foram isso tudo.

FDL.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Ellen DeGeneres – Relatable

ellen-relatable

Saiu esses dias esse especial de stand up no Netflix e resolvi ver. Gosto da Ellen. Já vi sacadas boas com o humor dela em vídeos do programa dela no Youtube.

Lembro de um vídeo bem interessante e ácido que ela fez sobre uma “caneta feminina” que a Bic havia lançado anos atrás.

O especial é engraçado, mas não tem nada demais. Não foi daqueles que eu rolei de rir. Mas como ela mesma diz, tem fama de ser boa gente e é interessante você simplesmente parar e ouvir o que ela tem a dizer.

Não é marcante e com certeza não foi a comédia do ano, mas tá lá como opção.

FDL

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

O Diário de Anne Frank

“Estou ficando cada vez mais independente dos meus pais. Mesmo sendo jovem, enfrento a vida com mais coragem e tenho um sentimento de justiça melhor e mais verdadeiro do que o de mamãe. Sei o que quero, tenho um objetivo, tenho opiniões, uma religião e amor. Se ao menos eu pudesse ser eu mesma, ficaria satisfeita. Sei que sou uma mulher, uma mulher com força interior e muita coragem!

Se Deus me deixar viver, vou realizar mais do que mamãe jamais realizou, vou fazer com que minha voz seja ouvida, vou para o mundo e trabalharei em prol da humanidade.”

Anne Frank

odiário de anne frankVamos encerrar o desafio de livros de 2018 com esse que é um clássico. O desafio serve justamente para esse tipo de livro. Digo isso porque com a maioria das leituras funciona o meu estado de espírito para aquela obra. Com qual ânimo tenho que estar para ler esse livro que é tão deprimente, suga de forma tão sutil a nossa alegria pela vida e a crença no ser humano? Somente com um desafio mesmo.

E que bom ter sido assim. Esse livro, não sei por que não li antes, com certeza me mudou. É diferente do que eu esperava, aliás, é muito diverso do que costuma se ler e assistir sobre o Holocausto judeu.

Anne Frank foi uma menina judia que morreu aos 15 anos em um campo de concentração nos tempos do Holocausto. Só que antes de seu sequestro pelos alemães, ela e sua família ficaram alguns anos escondidos em um prédio em Amsterdã dependendo de ajuda dos outros e tráfico de comidas para sobreviverem.

Nesse período Anne manteve um diário em que relatava todas as suas angústias pela vida infeliz que ela e seus familiares levavam, mas também falava sobre todas as questões que uma adolescente passa.

“Não acredito que a guerra seja apenas obra de políticos e capitalistas. Ah, não, o homem comum é igualmente culpado; caso contrário, os povos e as nações teriam se rebelado há muito tempo! Há uma necessidade destrutiva nas pessoas, a necessidade de demonstrar fúria, de assassinar e matar. E até que toda a humanidade, sem exceção, passe por uma metamorfose, as guerras continuarão a ser declaradas, e tudo o que foi cuidadosamente construído, cultivado e criado, será cortado e destruído, só para começar outra vez!”

Ocorre que muito pouco antes do fim da guerra a família Frank foi descoberta, presa e enviada para diversos campos de concentração. O único sobrevivente, o pai da menina, acabou encontrando o diário da filha algum tempo depois e o publicou como forma de manter viva sua memória e de registrar os efeitos devastadores que o nazismo deixou.

Esse livro não é fácil. Porque em diversos momentos Anne relata seus sonhos, suas vontades, sua dedicação incessante aos estudos para ter um bom futuro e tudo isso para ser morta.

Recomendo muito essa leitura. Encerro o ano de forma impecável!

FDL

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

A Sutil Arte de Ligar o Foda-se – Mark Manson

“Muitas vezes a única diferença entre um evento doloroso e um poderoso é a sensação que escolhemos passar por aquilo, de que somos responsáveis pelo nosso destino.

Se você está infeliz na situação atual, é provável que tenha a sensação de que o problema está, ao menos em parte, fora de controle – de que você não tem como resolvê-lo, de que aquilo lhe foi imposto, sem possibilidade de escolha.

Quando acreditamos ter escolhido nossos problemas, nos sentimos empoderados. O oposto acontece quando achamos que eles nos foram impostos: nos sentimos vitimados e infelizes.”

Mark Manson

a sutil arte de ligarE não é que eu me aventurei numa obra de autoajuda?

Esse livro é um dos mais vendidos do ano e muita gente indicou pela simplicidade e assertividade do texto.

Confesso que não fui me informar sobre quem é o autor, sua postura, o que ele faz, nada. Isso influencia minha percepção das ideias dele.

Acabei gostando do texto dele, como nesse trecho que escolhi para epigrafar esse post. Há muitas mensagens simples de como nós mesmos sabotamos nossa experiência de vida, sofremos de forma desnecessária e damos dimensões gigantes a fatos pequenos.

Não é uma ideia hippie do tipo “largue o escritório e vá vender miçanga na praia”. Ao contrário, é sobre a consciência de escolhas que tomamos, a ciência da inevitabilidade da dor, a aceitação da rejeição e criação de limites.

Vai mudar a minha vida? Talvez não diretamente, porque não vou adotar esse livro como guia. Mas quem sabe essas ideias não tenham ficado grudadas em mim sem eu ter tanta consciência? Fato é que a leitura foi boa e concordei com tudo que ele disse.

Recomendo essa leitura, que é bem curtinha.

FDL

domingo, 9 de dezembro de 2018

Eleanor & Park – Rainbow Rowell

“Arrependera-se do que dissera. Não por não ser verdade. Ele a amava. Claro que sim. Não havia mais palavras para explicar... tudo o que Park sentia.

Mas ele não pretendia dizer-lhe daquele jeito. E pelo telefone. Principalmente sabendo o que ela pensava sobre Romeu e Julieta.”

Rainbow Rowell

eleanor e parkPor que não um romance young adult agora para o final do ano, né? Esse livro já foi publicado há alguns anos e é muito falado por quem curte esse tipo de literatura. Já vi várias pessoas indicando, principalmente no Youtube.

Como ele estava aqui perdido na estante, vi que a leitura seria leve e rápida, com potencial de dar alguma alegria. Então essa foi a chance.

Eleanor é uma menina nova na escola, é muito ruiva, veste-se de forma bizarra, é pobre e não está nem aí para ninguém. Obviamente torna-se vítima de bullying logo que chega.

Park é tem descendência oriental e é um legítimo nerd. Adora quadrinhos e é obcecado por rock’n’roll. Só que por algum motivo ele se enturma, tem amigos, é popular e não sofre de inseguranças, mesmo sendo quieto.

Dos encontros diários no ônibus que vai à escola, Eleanor e Park passam do estranhamento para a curiosidade e, por fim, se apaixonam, tendo vários tipos de obstáculos com a escola e a família.

Esse livro segue a tradição de alguns da mesma época de trazer histórias adolescentes com problemas reais. Nesse caso há no fundo a violência doméstica, que é a protagonista latente desse livro.

É uma boa história, com um final agridoce. Há boatos de uma possível continuação. Não sei se é interessante isso.

Mais um livro bem escrito e com boa mensagem que a atual geração tem a sorte de encontrar tão facilmente em mãos.

FDL

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

The X Factor – 15ª Temporada

x factor 2018 s15

Depois de abandonar esse reality no ano passado por estar insuportável, nesse ano resolvi dar mais uma chance depois que vi algumas mudanças.

Para jurados tivemos Robbie Williams como novidade. Sua esposa Ayda Field também veio no combo. Completaram o painel de jurados Simon Cowell e Louis Tomlinson, que era do One Direction.

Acabei vendo até o fim sem compromisso algum, porque programei as gravações conforme passavam na tv a cabo.

Falta inspiração no X Factor. É previsível, as músicas sempre as mesmas, os dramas iguais, a puxação de saco, enfim, tudo igual.

Não vale mencionar participantes que marcaram porque, sinceramente, na semana que vem já terei esquecido de todos eles.

Acho bem difícil continuar vendo esse programa.

FDL

sábado, 1 de dezembro de 2018

Discovery ID: Novembro

Fiquei um tempo sem ver os documentários do Id, mas agora no final do mês eu voltei e acabei vendo 02.

People Magazine: Por Dentro das Seitas (People Magazine Investigates: Cults)

people magazine cultos

Esse realmente me impressionou. São seis episódios com os jornalistas retratando casos de assassinatos e torturas ocorridas em igrejas com líderes tirânicos e manipuladores.

Sem dúvida nenhuma o mais impressionante foi o caso de Jonestown, no qual mais de 900 pessoas acabaram se matando por medo e lavagem cerebral feita pelo líder Jim Jones.

Que caso mais escabroso!

Os outros não ficam muito atrás não. São líderes que acabam tomando gosto pelo poder e enlouquecem, se achando divinos e fazendo as maiores atrocidades possíveis.

O pior de tudo é que há casos bem recentes, com seitas ainda em funcionamento.

Gostei muito de ver isso.

Na Cena do Crime Com Tony Harris (Scene of The Crime With Tony Harris)

cena do crime - tony harris

Nem parece que já passou um ano. Agora saiu a segunda temporada.

Destaco o episódio do violento assassinato de uma senhora de 78 anos, chamada Lucille Johnson. O caso virou um cold case e anos mais tarde a tecnologia do DNA fez com que o assassino aparecesse.

Pior, o homem se aproveitou da bondade e inocência da velhinha e acabou utilizando seu filho como isca para assalta-la e mata-la, na frente dele.

O episódio ainda mostra Harris conversando com o assassino, que descreve o que fez de forma fria e ainda tenta dar desculplas para se eximir da reação das pessoas que o acham doente.

Talvez agora nas próximas semanas eu me empolgue com os docs do ID, porque tenho vários gravados aqui. Só destaco mais alguns que nos últimos meses tentei ver e neles o canal acabou errando o tom: De Trás Para Frente, Horror à primeira Vista, Cidade dos Malditos e Crimes da Escuridão.

Que venha dezembro!