domingo, 25 de novembro de 2018

Quem Era Ela – JP Delaney

quem era ela“É mesmo, querida? Eu não lembrava.

Ele está brincando, claro. Simon sempre exagera em datas como Dia dos Namorados e meu aniversário.

Por que não convidamos algumas pessoas para virem aqui?

Uma festa, você quer dizer?

Assinto.

No sábado.

Simon parece preocupado.

Será que podemos dar festas aqui?

Não vamos fazer bagunça, digo. Não como da última vez.

Digo isso porque da última vez que demos uma festa, três vizinhos diferentes chamaram a polícia.

Certo, tudo bem, diz ele. Sábado então”.

JP Delaney

A sinopse desse livro me interessou na livraria:

“É preciso responder a uma série de perguntas, passar por um criterioso processo de seleção e se comprometer a seguir inúmeras regras para morar no nº 1 da Folgate Street, uma casa linda e minimalista, obra-prima da arquitetura em Londres. Mas há um preço a se pagar para viver no lugar perfeito. Mesmo em condições tão peculiares, a casa atrai inúmeros interessados, entre eles Jane, uma mulher que, depois de uma terrível perda, busca um ponto de recomeço.

Jane é incapaz de resistir aos encantos da casa, mas pouco depois de se mudar descobre a morte trágica da inquilina anterior. Há muitos segredos por trás daquelas paredes claras e imaculadas. Com tantas regras a cumprir, tantos fatos estranhos acontecendo ao seu redor e uma sensação constante de estar sendo observada, o que parecia um ambiente tranquilo na verdade se mostra ameaçador.

Enquanto tenta descobrir quem era aquela mulher que habitou o mesmo espaço que o seu, Jane vê sua vida se entrelaçar à da outra garota e sente que precisa se apressar para descobrir a verdade ou corre o risco de ter o mesmo destino.”

Ele, para ser sincero, é mais um thriller bem genérico. Mas não é ruim.

Tem aquela técnica bem batida de evoluir as histórias trocando de narrador. Nesse caso, as duas protagonistas, Jane e Emma.

O final não é óbvio, mas você fica sem ter muitas opções porque o caminho evidente seguido, que sem dúvida seria falso para criar a surpresa, ao ser excluído, não deixa muitas opções.

Mesmo assim a narrativa é interessante e gostei da história. Deve dar um bom filme no futuro, sobretudo com essa questão da vigilância e da investigação se revelando aos poucos, com passado e presente se conectando.

Recomendo.

FDL

sábado, 24 de novembro de 2018

O Cliente – John Grisham

“Crianças podiam ser péssimos clientes. O advogado passa a ser mais que um advogado. Com adultos, você simplesmente apresenta os prós e os contras. Aconselha deste ou dquele modo. Faz algumas previsões, mas não muitas. Então você diz ao aduldo que está na hora de se decidir e sai da sala por algum tempo. Quando você volta, a decisão está tomada e você age de acordo com ela. Não é assim com crianças. Elas não compreendem o aconselhamento legal. Querem um abarço e alguém para tomar as decisões. Elas estão assistuadas e à procura de amigos.”

John Grisham

o cliente john grishamEsse é o livro de agosto do desafio de 12 livros para 2018. Acontece que acabei esperando para publicar o posto só quando conseguisse rever o filme e só tive tempo de fazer isso agora.

O Cliente é um dos livros do auge de John Grisham. Virou filme premiado, vendeu que nem água. É uma história muito boa e lembro de ter visto esse filme no começo dos anos 2000.

John Grisham conta a história do menino Mark Sway, que acaba testemunhando um suicídio de um advogado da máfia, que antes do derradeiro ato acabou confessando o crime de seu cliente, a morte de um senador.

Por conta dessa confissão feita pelo advogado, Mark Sway acaba virando um alvo tanto da polícia quanto da máfia, porque sua informação é valiosa. Com apenas 11 anos ele tem um lar desfeito, um irmão traumatizado pelo crime e acaba procurando por acidente pela advogada Reggie Love.

Reggie também tem seus problemas pessoais, mas dedica sua modesta carreira a defender os interesses dos menores. Acaba entrando de cabeça no problema de Mark e na ajuda para solucionar seu problema.

A relação entre Reggie e Mark foi muito bem construída. Gostei muito disso.

O final do livro, como em vários do Grisham, é bem amarrado e encerra adequadamente a história.

Para fazer um paralelo, essa história é uma versão um pouco alterada de O Dossiê Pelicano. Também tem fuga, desconfiança, alvo marcado, mortes, enfim, um bom livro.

Claro que revi o filme.

o cfliente filmeFilme: O Cliente (The Client)
Nota: 9
Elenco: Susan Sarandon, Tommy Lee Jones, Mary-Louise Parker, Anthony LaPaglia, Brad Renfro
Ano: 1994
Direção: Joel Schumacher

É o mesmo diretor que alguns anos depois fez um dos melhores filmes inspirados em uma das melhores obras de Grisham: Tempo de Matar.

O filme é parcialmente fiel à obra escrita e tem várias cenas que foram incluídas para dar ação. Compreensível, é um blockbuster.

Senti falta de ver melhor o pequeno Mark peitando os policiais quando é levado preso pelo hospital. Essa parte no livro ficou perfeita.

Destaco o então jovem ator Brad Renfro, que trabalhou muito bem nesse filme, mas infelizmente morreu jovem.

Susan Sarandon nem precisa dizer. Não consigo imaginar outra atriz interpretando Reggie.

O filme é muito bom.

Às vezes tenho medo de rever filmes que no passado me marcaram demais. Afinal, envelhecemos e amadurecemos. Com isso, alguns olhares críticos desenvolvidos agora podem estragar as impressões que tínhamos com filmes do passado.

Por sorte com esse não aconteceu isso.

Fiquei feliz em ler o livro e rever o filme.

É Grisham. Claro que recomendo.

FDL

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Homecoming

Homecoming-

Quando até a Julia Roberts está fazendo séries para streaming, temos que reconhecer que tanto o cinema quanto a televisão não são mais os mesmos.

A série da Amazon foi bem anunciada e foi uma das apostas do ano.

Julia Roberts é Heidi, que trabalha em um projeto chamado Homecoming, que tem a função de dar condições psicológicas a soldados da guerra que acabaram voltando depois de situações traumáticas.

O local é fechado, cheio de pesquisas e com muitos segredos, sobretudo se os membros de fato estão lá de forma voluntária e quais os efeitos que o local pode causar.

A série foi muito boa e Julia Roberts fez uma excelente personagem, que vive um dilema de trabalho e ética.

Gostei muito dessa série e torço para que continue no futuro.

FDL

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Caixa de Pássaros – Josh Malerman

“Malorie acorda de olhos fechados. Não é mais tão difícil quanto antes. Sua consciência retorna. Os sons, as sensações e os aromas de vida. Visões também. Malorie sabe que, apesar de estar com os olhos fechados, a visão existe. Ela vê tons de laranja, amarelho e cores do sol distante penetrando sua pele. Os cantos da sua visão estão cinzentos.”

Josh Malerman

O filme estreia ainda esse mês na Netflix, mas a leitura antes sempre ajuda.

Excelente suspense. Era disso que eu estava falando!

caixa de pássaros

“Romance de estreia de Josh Malerman, Caixa de pássaros é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler.Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora: uma decisão errada e eles morrerão.”

Não é a invenção da roda, mas tem vários fatores interessantes e que não cansam pela repetição descarada e sem inspiração.

Claro que tem a mesma técnica de todos os thrillers do momento. Há uma alternância de tempo entre os capítulos. Isso gera suspense e aguça nossa curiosidade. Mas até aí, tudo bem.

Só que os personagens são bons, os paralelos com a vida são interessantes e é, acima de tudo, um livro muito bem escrito. Gostei muito dessa leitura e não vejo a hora de assistir ao filme!

Recomendo!

FDL

sábado, 17 de novembro de 2018

O Processo – Franz Kafka

“K finalmente tomara a decisão de retirar sua defesa das mãos do advogado. Foi impossível sanar as suas dúvidas quanto a se tomar a decisão certa, mas isso não foi sobrepujado pela crença tinha na necessidade. Essa decisão, no dia em que pretendia ir ver o advogado, tomou-lhe muito da força de que precisava para o trabalho.”

Franz Kafka

o processo kafkaEssa obra é um pouco mais complexa que A Metamorfose.

A história é de K, um homem com trabalho comum e de repente é acordado por agentes do governo lhe dizendo que estava sendo processado. O livro inteiro mostra K defendendo-se em um processo que é confuso, longo e sem o menor sentido. Não sabemos de que ele é acusado, nem por quem. Mas observamos o efeito que o processo causa em sua vida.

Consegui dele tirar algumas interpretações e recorri a textos na internet para ver se deixei passar alguma coisa. Mas muito se fala mesmo da falta de sentido dos sistemas processuais e por isso Kafka o pintou com tintas fortes, para ressaltar o absurdo.

Recomendo a leitura sim, porque tem passagens muito boas sobre questionamentos que K faz sobre ele mesmo quando se pergunta se é inocente, mesmo sem saber da acusação. Será que podemos nos dizer inocentes de uma acusação que desconhecemos?

FDL

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

A Metamorfose – Franz Kafka

“Ao ouvir as palavras da mãe, Gregor percebeu que a falta de qualquer contato humano imediato, junto com a vida monótona cercada pela família ao longo daqueles dois meses, devia ter confundido seu entendimento, porque de outro modo ele não poderia explicar a si mesmo como, com toda a seriedade, ele pudera ficar tão entusiasmado com a ideia de ter seu quarto esvaziado.”

Franz Kafka

a metamorfoseVamos ao livro de novembro no desafio de 2018?

É o mais curto de todos, mas não necessariamente o mais raso. Só que como a leitura foi rápida, acabei lendo também O Processo, que vem no próximo post.

“Nesta obra, Kafka descreve um caixeiro viajante de nome de Gregor Samsa que abandona as suas vontades e desejos para sustentar a família e pagar a dívida dos pais. Numa certa manhã, Gregor acorda metamorfoseado num inseto monstruoso. Kafka descreve este inseto como algo parecido com uma barata gigante. Nos primeiros momentos, o livro descreve as dificuldades iniciais de Gregor na nova forma. Uma ironia presente neste trecho do livro é que Gregor não se preocupa com sua transformação, mas sim como o facto de estar atrasado para o trabalho.

Quando Gregor, após muitas dificuldades, consegue abrir a porta, todos se assustam, inclusive o gerente, que sai a correr. Samsa avança contra ele, forçando-o a entrar de volta no quarto. Após esse episódio, Gregor é demitido, sua família o rejeita e sua única companhia é ele mesmo. Apenas em alguns momentos a irmã mostra certa compaixão por ele.

No decorrer da história, o autor narra as angústias de Gregor, que sem conseguir fazer nada, ouve sua família discutindo entre si como se sustentar, já que a sua única renda havia ido embora. Nisso, Gregor sente uma forte angústia por não poder fazer nada, nem opinar sobre o que fazer. Nesses tempos, Grete vê os rastros de Gregor nas paredes e no teto do seu quarto, então percebe que Grégor tem falta de espaço, assim, ela e sua mãe vão tirar os móveis do quarto dele. O problema é que o inseto foge do quarto, mas ao sair, depara-se com seu pai que o ataca com maçãs, e uma delas penetra as suas costas, causando tanta dor que o faz desmaiar.

No final das contas os Samsa, (sem contar com a opinião de Gregor, claro) decidem alugar um quarto para ter alguma fonte de renda. O quarto é alugado por três inquilinos, que vivem na casa por um tempo. Num certo dia, Ana esquece uma fresta da porta, que ligava a sala ao quarto de Gregor, aberta. Na hora da jantar, Grete tocava o seu violino para os inquilinos. Gregor, do seu quarto, ouve e fica tão encantado com o som que segue em direção à sala de jantar. Nos primeiros momentos, ninguém o percebe, mas após alguns segundos um dos inquilinos o vê e grita. Sr. Samsa tenta afastar os inquilinos de modo que não vejam o inseto e ao mesmo tempo fazer com que a criatura volte para o seu quarto. Depois desse incidente, Grete, a única que ainda via Gregor como seu irmão e não como um monstro horroroso que atormentava a sua família, perde toda a compaixão e chega à conclusão que eles devem se livrar dele.

No passar do tempo, o autor fala várias vezes sobre a maçã apodrecendo em suas costas, o que é retratado com um sentido simbólico como o ódio de sua família por ele. Depois de certo período, a maçã causa a morte de Gregor. Logo depois de Ana acabar de limpar o quarto do falecido, a família sai da casa feliz. Já não pensavam na morte de Gregor e viam uma certa esperança num futuro próximo, em que poderiam comprar uma casa mais confortável.

Também se mostra interessante que, durante a história, Kafka mostra três períodos da relação da família perante Gregor. No primeiro, ela sente medo; no segundo aceita-o, mas esconde-o do mundo; já no terceiro, odeia-o, vê ele como um peso desnecessário e quer livrar-se dele.”

Esse livro é de um incômodo indescritível. Conforme a história vai passando e a família de Gregor vai sentindo cada vez mais repugnância pelo seu estado, nós vamos percebendo como o ser humano pode ser ruim e abjeto. Não os animais.

A Metamorfose já é considerado um clássico e a leitura, apesar de breve, é bem intensa e densa. Não podemos ler esse livro quando estamos em qualquer estado de espírito não.

Tenho certeza que vai para a lista de releituras. Me parece ser daquele tipo de livro que cada vez que lemos conseguimos tirar algo a mais dele.

Recomendo muito.

FDL

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Series Finale: House of Cards – 6ª Temporada

hoc s6

Quem diria que a série responsável por todo esse sucesso das produções originais da Netflix teria esse final agridoce?

Já era sabido que a 6ª temporada encerraria a série, mas não estava combinado com ninguém que o ator Kevin Spacey seria demitido da série após explodir um escândalo de assédio sexual no nome dele.

Como fica a série sem o protagonista?

Gosto muito da personagem Claire e acho a Robin Wright uma excelente atriz. Mas ela nunca foi a protagonista da série. Sempre foi ele. Ela era importante e até talvez uma antagonista, já mesmo ele sendo ruim, de alguma forma essa série colocava nosso lado maldoso para fora e nós torcíamos pelo Frank.

De todo modo, a série que já mostrava sinais de excesso de plot twists antes, agora precisou se reinventar com a ausência de Frank.

Não foi ruim, já que tudo é bem feito. Mas certamente aquele brilho da série se apagou. Fazer o que? O cara pode ter cometido crimes, mas é um excelente ator.

O final da série ficou meio aberto, meio com duplo sentido, mas exatamente como o ar misterioso da Claire sempre fez, já que nunca sabíamos o que ela estava pensando.

Essa série certamente marcou e recentemente, nessa nova era de assistir televisão House Of Cards protagonizou com toda a certeza.

FDL

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Um Pequeno Favor – Darcey Bell

“Estou comendo carne vermelha pela primeira vez desde a morte de Chris e Davis. Fiquei surpresa (e meio desapontada comigo mesma) ao notar o quanto ainda adoro esse gosto intenso, salgado, suculento e sangrento. E comecei a associar esse sabor delicioso a estar com Sean. Sinto quase como se fôssemos vampiros numa dessas séries sensuais de televisão, em que esses zumbis com presas e corpos perfeitos correm de um lado a outro da tela em busca de sexo.”

Darcey Bell

um pequeno favor - darcey bellSabendo que eu acabo comprando todos os suspenses que são lançados e têm uma sinopse minimamente aceitável, obviamente que Um Pequeno Favor estava na prateleira quando vi o trailer do filme que está correndo por aí. Não sei datas de estreia.

“Um pequeno favor inclui traições e reviravoltas, uma pessoa morta e a questão recorrente: quem está enganando quem? Quando sua melhor amiga, Emily, pede a Stephanie para buscar seu filho Nicky na escola, ela alegremente concorda. Nicky e seu filho, Miles são melhores amigos ― exatamente como ela e Emily. Mas Emily não volta. Ela não atende ao telefone ou responde às mensagens. Stephanie sabe que algo está terrivelmente errado. Aterrorizada, ela busca ajuda nos leitores do seu blog. Até que ela e Sean, marido de Emily, recebem notícias chocantes: Emily está morta. O pesadelo de seu desaparecimento finalmente chegou ao fim. Ou será que não?”

As propagandas desse livro mencionam A Garota Exemplar. E não é por outro motivo: esse livro é muito semelhante à obra de Gillian Flynn.

Vou dizer que não me conquistou muito não. Não chega a ser ruim, longe disso. Mas é previsível.

Tanto o que aconteceria, quanto à explicação sem inspiração e, por fim, o encerramento.

Acho que faltou inspiração e ficou notório que essa obra foi lançada para explorar um nicho comercial que está lucrativo no momento.

Espero que o filme seja mehor. O trailer foi bem promissor.

FDL

sábado, 3 de novembro de 2018

Eichmann em Jerusalém – Hannah Arendt

“O próprio Estado de Israel, pelas declarações pré-julgamento do primeiro-ministro Ben-Gurion e pela maneira como a acusação foi formulada pelo promotor, confundiu ainda mais as coisas, arrolando um grande número de objetivos que o julgamento deveria atingir, os quais eram todos objetivos secundários quanto À lei e ao comportamento numa sala de tribunal. O objetivo de um julgamento é fazer justiça, e nada mais”

Hannah Arendt

eichmann em jerusalém

Por vários motivos óbvios senti a necessidade de ler esse livro inteiro.

Na época da faculdade eu acabei lendo vários trechos e discutindo vários tópicos que são tratados nele, mas inteiro eu nunca tinha lido. Passou da hora.

Foi interessante ler esse livro esse ano como outro qualquer, sem a visão estritamente jurídica para uma discussão acadêmica ou algo do tipo. A escrita da Hannah Arendt além de genial, é muito clara.

Para qualquer pessoa que não sabe o que é a chamada banalidade do mal e não tem medo do que pode vir quando sentimos ser tão legítimo o uso da força contra supostos inimigos, esse livro é esclarecedor sob vários aspectos.

Além do mais, a autora discute a questão moral desse julgamento, que foi simbólico após o fim do Holocausto, também com uma visão de propriedade jurídica.

“Importante entre as grandes questões que estavam em jogo no julgamento de Eichmann era a ideia corrente em todos os modernos sistemas legais de que tem de haver intenção de causar dano para haver crime. A jurisprudência civilizada não conhece razões de orgulho maior que essa consideração pelo fato subjetivo. Quando essa intenção está ausente, quando, por qualquer razão, até mesmo por razões de insanidade mental, a capacidade de distinguir entre o certo e o errado fica comprometida, sentimos que não foi cometido nenhum crime.”

Não é à toa que esse é um dos livros mais clássicos do século XX. Uma aula obrigatória para qualquer humano, porque já vimos que não precisa de muito e não percebemos quando perdemos nossa humanidade.

FDL