sábado, 11 de agosto de 2018

Trilogia de Nova York – Paul Auster

trilogia de ny

“A exemplo da maioria das pessoas, Quinn não sabia quase nada sobre crimes. Nunca havia assassinado ninguém, nunca roubara nada e não conhecia ninguém que tivesse feito isso. Nunca estivera em uma delegacia de polícia, nunca conhecera um detetive particular, nunca conversara com um criminoso. Tudo o que sabia a respeito dessas coisas aprendera em livros, filmes e jornais. Entretanto não considerava que isso representasse uma desvantagem. Para Quinn, o que interessava nas histórias que escrevia não era a sua relação com o mundo, mas a sua relação com as outras histórias. Ainda antes de se transformar em William Wilson, Quinn fora um fanático leitor de romances de mistério. Sabia que, na sua maior parte, eram livros mal escritos, que a maioria não resistiria sequer ao exame mais superficial, mesmo assim era a sua forma que o seduzia e ele só se recusava a ler no caso raro de um livro de mistério indescritivelmente ruim. Enquanto seu gosto para outros livros era rigoroso, exigente ao ponto de se mostrar estreito, em relação aos romances de mistério Quinn não demonstrava quase nenhum discernimento. Quando se achava no estado de ânimo apropriado, não tinha problema para ler dez ou doze deles seguidos. Era uma espécie de fome que se apoderava de Quinn, uma voracidade por um tipo especial de alimento, e ele não parava até que estivesse entupido.”

Paul Auster

Já estava curioso com esse livro há alguns meses. Pelo que recomendavam, ele seria uma mistura de literatura policial, com um toque noir e ainda com o estilo de uma literatura contemporânea, explorando temas profundos.

Fato é que Paul Auster é também um autor muito elogiado nessa geração. Para quem gosta de livros, essa história parece essencial.

No final, acabei caindo naquele papo de expectativa x realidade novamente.

Não que o livro seja ruim. Muito longe disso, mas acho que eu acabei criando algo na minha cabeça por esperar e quando foi diferente, me frustrei.

A verdade é que as três histórias são interligadas e parecidas, mas contadas de forma diferente. De fato, a questão da investigação, ou do detetive, é segundo plano, pois o livro é focado em outros temas.

Em vários momentos a leitura se torna confusa e o livro não é dos mais fáceis. Precisa de bastante empenho e concentração para entender, ou pelo menos chegar perto disso.

De todo jeito, a experiência é válida. Não foi o melhor do ano, mas também não foi o pior. Não me arrependi de ler, mas também não tenho vontade de comprar mais nada do autor.

FDL

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