sábado, 4 de agosto de 2018

A Garota no Gelo – Robert Bryndza

a garota no gelo“O telefone parou de tocar e o som foi substituído por um silêncio ensurdecedor. Então ele viu. Exatamente debaixo de onde tinha agachado estava o rosto de uma garota. Seus inchados e leitosos olhos castanhos inexpressivos encaravam-no. Uma mecha emaranhada de cabelo escuro estava fundida ao gelo. Um peixe passou nadando lentamente com o rabo roçando os lábios da garota, que, abertos, davam a impressão de que ela estava prestes a falar.

Lee recuou dando um grito, levantou em um pulo e bateu a cabeça no teto baixo da cabana. Ele ricocheteou, caindo de volta no gelo, com as pernas escorregando.

Ficou deitado por um momento, atordoado. Depois escutou um som baixo de rangidos e estalos. Em pânico, ficou movimentando e esfregando desesperadamente as pernas que escorregavam no gelo, tentando se levantar, para ficar o mais longe que conseguisse da garota morta. Mas, desta vez, ele afundou no gelo e caiu dentro da água gelada. Sentiu os braços moles da garota entrelaçarem-se aos seus, a pele fria e viscosa encostar na sua. Quanto mais lutava, mais os membros deles se enroscavam. O frio era cortante. Ele engolia água suja, chutava e agitava os braços. De alguma maneira, conseguiu erguer-se até a beirada do barco a remo. Ele se ergueu e vomitou, desejando ter alcançado o telefone, mas a ideia de vendê-lo havia desaparecido.

A única coisa que queria agora era ligar para pedir ajuda.”

Robert Bryndza

Esse livro já tinha me aparecido algumas vezes nas livrarias ou nas versões de epub e eu sempe achava muito parecido com o A Princesa de Gelo, da Camilla Läckberg, por isso nunca tinha lido.

Acontece que a versão em áudio me pareceu interessante há alguns dias e também vi elogios à escrita do autor nas continuações recentemente. Lá fui eu no esquema de sempre: ouvi uma parte do livro e concluí depois na versão física, na leitura de fato.

A história até que é interessante, mas segue uma fórmula, de detetives problemáticos na vida pessoal, de habilidades sociais fracas, mas competência grande para resolver problemas.

Além disso, a cidade pequena, os interesses dos poderosos atacando a reputação do detetive e a onipresença da adolescente rebelde também completam o checklist.

Só que apesar de seguir uma fórmula, cumpre o que promete e a escrita do autor não é ruim.

Ultimamente estão aparecendo muitos thrillers criminais e os autores precisam se reinventar para não cair na mesmice. Não é o auge da inspiração literária, mas não é um livro ruim.

Talvez no futuro eu leia mais alguma coisa da detetive Erika Foster.

FDL

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