sábado, 30 de junho de 2018

Viagem das Garotas

viagem das garotas - girls tripFilme: Viagem das Garotas (Girls Trip)
Nota: 8
Elenco: Regina Hall (a eterna Brenda), Queen Latifah, Jada Pinkett Smith, Tiffany Haddish
Ano: 2017
Direção: Malcolm D. Lee

Estava querendo assistir a uma comédia engraçada e vi que esse filme teve sucesso com o público. Recebeu algumas indicações a prêmios da MTV. Acho que era desse tipo de guilty pleasure que eu estava precisando.

O filme tem aquela mesma coisa clássica de grupo de amigos viajando e fazendo várias confusões. Cada amiga tem uma personalidade e etc. Mas o elenco é bem engraçado e várias cenas de humor non sense me fizeram rir muito.

Não é a melhor comédia do mundo, mas Regina Hall é bem engraçada. Melhor ainda é ver que a atriz menos conhecida do grupo foi a que me fez rir mais: Tiffany Haddish. Vou ficar de olho nela.

Recomendo. Vi no Telecine Play.

FDL

Laranja Mecânica – Anthony Burgess

laranja mecanica

“A questão é se uma técnica dessas pode realmente tornar um homem bom. A bondade vem de dentro, 6655321. Bondade é algo que se escolhe. Quando um homem não pode escolher, ele deixa de ser homem.”

Anthony Burgess

Chegou a vez do mês de junho no desafio dos livros de 2018. Cruzei o Equador. Consegui!

Sempre tive vontade de ler esse livro, mas a disposição de enfrentar a dificuldade nunca vinha. Só com um desafio assim para eu me permitir conhecer essa obra. E que obra.

Primeiro preciso destacar essa edição que eu tenho aqui, da Editora Aleph. Foi um especial comemorativo dos 50 anos de Laranja Mecânica em 2012, mas ainda dá para comprar nas lojas. Oportunidade única.

O livro tem uma jacket toda laranja e é de capa dura laranja também. O papel é nobre e tem que cuidar muito bem dele, porque faz apenas 03 anos que eu comprei o livro e ele já amarelou um pouco na parte de cima. O papel é lindo, mas pesado e sensível.

Além disso, há material inédito, com textos de apoio do próprio Anthony Burgess, um muito útil glossário para a linguagem nadsat e ilustrações muito bonitas e interessantes, agressivas como o próprio livro.

Para melhorar, no final há algumas páginas do manuscrito do autor, com anotações e até mesmo alguns desenhos malucos.

Só lamento não ter conseguido comprar o especial que vinha com um moleskine de brinde. Nada mais hipster que um moleskine de Laranja Mecânica.

Quanto ao conteúdo, já fazia tempo que eu tinha perdido contato com a obra. Assisti ao filme do Stanley Kubrick quando ainda era adolescente algumas vezes e gostei muito. Mas eu sempre tive predileção pela história do que pela parte cinematográfica do filme. Por isso, sempre fiquei na dívida de ver o livro que inspirou esse clássico do cinema.

Foi bom matar a saudade. O livro é escrito de um jeito muito interessante. No começo é difícil se adaptar com os termos nadsat que Alex usa, mas depois você se acostuma e passa a entender tudo sem precisar consultar o glossário. Mas a narrativa mesmo, que mistura crítica social, deboche e violência, é única. Esse livro é muito bom.

Há algumas diferenças com o que Kubrick apresentou sim. Inclusive, o próprio Burgess comenta algo do tipo em um dos textos de apoio que ficam ao final do livro. Mas a essência é a mesma.

A crítica contra a lavagem cerebral, contra a covardia do cidadão comum que abre mão da sua liberdade por mais conforto e os meios que se usam para atingir objetivos aparentemente nobres é bem clara e incisiva.

Alex é um excelente personagem e por mais que seja um ser humano abjeto, ele é carismático. Só bons escritores conseguem criar figuras assim. E Burgess ainda coloca tudo isso em uma tese sua sobre o ser humano que tem sua essência arrancada.

É um livro considerado cult, difícil, pretensioso. Mas não achei nada disso. A leitura foi paulatina e tranquila. Não tem nada demais e o autor soube utilizar muito bem as sensações que causaria no leitor: desde o nojo à repulsa e a risada.

Um dia relerei esse livro. Parece que mesmo depois de 50 anos esse livro continua se alimentando e Laranja Mecânica, o filme também, ainda é extremamente atual.

FDL

sexta-feira, 29 de junho de 2018

A Noite do Jogo

a noite do jogo - game nightFilme: A Noite do Jogo (Game Night)
Nota: 7,0
Elenco: Jason Bateman, Rachel McAdams, Kyle Chandler, Michael C. Hall
Ano: 2018
Direção: John Francis Daley, Jonathan Goldstein

Mais um filme de comédia com estilo clássico. Nesse é o de pessoas comuns que acabam se envolvendo em situações perigosas e de aventura e, por isso, são cômicas.

Não foi a comédia mais engraçada do mundo. Acredito que os atores não eram os mais adequados para os papéis. Mas mesmo assim, não é um filme ruim.

Bateman e Regina George são um casal viciado em jogos, extremamente competitivos. Recebem sempre em casa casais para noites de jogos. O problema é a relação de disputa que ele tem com seu irmão muito bem-sucedido.

Esse mesmo irmão, feito pelo Kyle Chandler, bola um novo jogo, com atores e pistas que teria uma imitação de perseguição de detetive, mas um sequestro verdadeiro acaba acontecendo e todos os casais se confundem com o que é jogo e vida real.

Enfim, nada demais.

FDL

sábado, 23 de junho de 2018

Nix – Nathan Hill

Blank white book w/path“- Vi a aurora boreal uma vez. No norte de Alberta, no Canadá. Comprei um pacote de uma agência chamada ‘Descubra a Aurora Boreal’. Esperava que a aurora boreal me deixasse maravilhado. E isso, no fim das contas, aconteceu. Fiquei mesmo maravilhado. E isso, no fim das contas, foi uma grande decepção, porque minhas expectativas foram alcançadas. A aurora boreal foi exatamente o que eu pagara para ver. Que isso lhe sirva de lição.

- Lição sobre o que?

- Sobre esse grande épico que você está escrevendo. E as coisas que pretende realizar com ele. Que as auroras boreais sirvam de lição. É uma metáfora, claro.”

Nathan Hill

Depois de ver indicações desse lançamento em todos os canais do Youtube e todos os cantos, especificamente com elogios à escrita do autor com uma história que não necessariamente é tão diferente, resolvi encarar esse pequeno tijolo de quase 700 páginas e letras miúdas.

Não me arrependi. Certamente está no top 10 de leituras do ano.

O primeiro protagonista do livro é o professor universitário Samuel Anderson. Ele vive uma vida sem graça e sem sentido, passando horas em um jogo online e desprezando seus alunos. Tem um contrato assinado para escrever um livro depois de um breve período que foi considerado uma promessa. Mas sua escrita está empacada.

Sua vida acaba sendo movimentada quando descobre que sua mãe, Faye, foi presa.

O problema é que Faye, a segunda protagonista, abandonou Samuel quando ele tinha apenas 11 anos, ficando com o pai. Desde então ficou desaparecida. Além de tudo, sua prisão a tornou em celebridade instantânea, porque seu crime foi arremessar pedras em um candidato a governador quando ele estava em um local público.

Daí então, Samuel é chamado para ajudar a sua mãe a não enfrentar duras penas pelo crime, mas, ao mesmo tempo, recebe a ideia de escrever uma biografia arregaçando com a imagem dela para a mídia, salvando seu contrato e sua carreira.

De todo modo, Samuel tem que se aproximar novamente dessa mulher, investigar seu passado, seu presente e, conforme descobre novas informações, luta com o conflito ético entre ajuda-la ou destruí-la. Até porque, remexer nessa história é abrir suas próprias feridas e, quem sabe responder à pergunta que o atormentou por tantos anos: por que ela o abandonou?

O livro alterna os capítulos entre o ano de 2011, aparentemente tempo atual, os anos 80, momento da infância de Samuel e de seu abandono e também o final dos anos 60, período importante da vida de Faye, que conduz toda a história.

Há várias páginas porque o autor trata de vários assuntos. Há a questão da família em todos eles. Até pensei em enumerar temas que foram abordados, mas ficaria enorme isso aqui.

Até li em alguma crítica que Nathan Hill tentou falar de coisas demais em seu livro de estreia. Mas não concordo. A vida humana é complexa. Justamente toda essa mistura dá nossa identidade e dá também ao livro um caráter único.

De fato a forma de escrever do autor é diferente e única. As comparações, as descrições e a forma como os relatos são feitos são incomuns. Realmente é cativante.

Vou colar um exemplo de passagem que mostra isso:

“- Vai para a puta que pariu, seu filho de uma puta!

E então manda uma cusparada.

De verdade. Ele se inclina para trás, como que tomando um impulso, e então dispara pra a gente um bolo amorfo de catarro gosmento que esborracha horrivelmente contra a janela e gruda no vidro sem ao menos escorrer, apenas aterrissa e gruda como um punhado de espaguete em uma parede, um borrifo amarelado, cheio de bolhas e salpicos de comida mastigada e pavorosos respingos de sangue, como aqueles supostos embriões que às vezes a gente encontra dentro de um ovo cru. E então, satisfeito com sua obra de arte, o taxista volta ao carro e vai embora.

Durante todo o resto do trajeto até a vizinhança de sua mãe no bairro de South Loop, aquele esguicho viaja com Samuel como se fosse um carona. É como se ele estivesse dirigindo ao lado de um assassino com o qual não deseja estabelecer contato visual. Enxerga-o com a visão periférica, como uma espécie de penumbra esbranquiçada e irregular, enquanto sai da estrada principal e se enfia em uma rua estreita com sarjetas pontilhadas por copos e sacolas de fast-food”

Gostei muito desse livro e mesmo sendo grande eu acabei lendo rápido.

Recomendo muito.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Os Maias – Eça de Queirós

OsMaias_Comentado

“Uma comoção passou-lhe na alma, murmurou, travando do braço de Ega:

- É curioso! Só vivi dois anos nesta casa, e é nela que me parece estar metida minha vida inteira!

Ega não se admirava. Só ali, no Ramalhete, ele vivera realmente daquilo que dá sabor e relevo à vida – a paixão.

- Muitas outras coisas dão valor à vida... Isso é uma velha ideia de romântico, meu Ega!

- E que somos nós? – exclamou Ega. – Que temos nós sido desde o colégio, desde o exame de latim? Românticos: isto é: indivíduos inferiores que se governam na vida pelo sentimento, e não pela razão...

Mas Carlos queria realmente saber se, no fundo, eram mais felizes esses que se dirigiam só pela razão, não se desviando nunca dela, torturando-se para se mantiver na sua linha inflexível, secos, hirtos, lógicos, sem emoção até o fim...

- Creio que não – disse o Ega. – Por fora, à vista, são desconsoladores. E por dentro, para eles mesmos, são desconsolados. O que prova que neste lindo mundo ou tem de ser insensato ou sem sabor...

- Resumo: não vale a pena viver...

- Depende inteiramente de estômago! – atalhou Ega.”

Eça de Queirós

Está aí, finalmente concluído o primeiro livro do desafio dos 12 livros para 2018. Tinha quer ser lido inteiro em janeiro? Tinha. Acabei atrasando demais por conta do tamanho e da complexidade dessa obra. Mas o importante é que agora consegui concluir e me sinto privilegiado de a essa altura da vida ainda ter conseguido tempo e disposição para desfrutar dessa obra-prima da literatura.

Há mais de 10 anos eu assisti à minissérie da Globo em DVDs quando estudava literatura para o vestibular. Já sou apreciador da obra do Eça de Queirós e achei que ler esse livro era algo que faltava.

Nem há tanto o que falar dessas quase 600 páginas de escola realista, que critica de forma incisiva a tradicional família burguesa lisboeta do século XIX. Eça de Queirós mostra uma família muito rica e cheia de aparências condenada a diversas tragédias por conta dos costumes e dos desatinos.

Há também muita política nesse livro, certamente mostrada nos personagens coadjuvantes, que mostram a piada que era a burguesia portuguesa da época.

Destaco muito o personagem Ega, que tem conversas muito interessantes com seu amigo Carlos, como essa no finalzinho do livro, que achei bem boa. Aliás, as conclusões amargas dos livros do Eça sempre são importantes. Quem não se lembra do tapa na cara que é o fim o livro O Primo Basílio?

Preciso destacar também a excelente edição da Editora Zahar, em capa dura, com papel de qualidade, várias notas de rodapé com traduções, explicações e contexto histórico e ainda textos de apoio. O livro está muito bonito e bem feito.

Há ainda obras do Eça que faltam ler. Quero muito conseguir no futuro. Fez muito bem, embora seja um desafio encarar a leitura complexa.

FDL

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Tig Notaro: Happy To Be Here

tig netflix specialEstava com saudades de ver um bom stand up. Acabei correndo pelo Netflix e apareceu o recente da Tig Notaro. Como já a tinha visto na série da Sarah Silverman e também na da Amy Schummer, achei que ela poderia ser boa, já que tem boas companhias.

Nem vou me estender muito. Porque não consegui terminar.

Ou esse tipo de humor não é para mim, ou aquela mulher não tem graça mesmo. Depois de meia hora de piadas sem inspiração e sem graça nenhuma, com uma voz morta e uma pessoa completamente apática, tive que desligar a tv e ir dormir.

Foi mal, Tig, comigo não rolou. Acho que você é coadjuvante mesmo. Mas... gosto tem pra tudo.

FDL

domingo, 17 de junho de 2018

O Convite

the invitationFilme: O Convite (The Invitation)
Nota: 7,5
Elenco: não conheço
Ano: 2015
Direção: Karyn Kusama

Mais uma indicação de suspense do Netflix. Esse tem bem a minha cara.

“Uma tragédia abala o casal formado por Will e Eden. Eles perdem o filho pequeno e, desolada, Eden vai embora sem dar notícias. Dois anos mais tarde, ela volta a procurar o marido, acompanhada de outro homem, e totalmente diferente de como era antes. Durante um jantar, com Will, Eden e o novo companheiro de sua esposa, Will começa a suspeitar que os visitantes têm planos sinistros contra ele.”

Não chega a ser ruim, mas é tão evidente que tem algo de sinistro pra acontecer do meio para o fim que não é possível conceber que aquele povo todo não pegou a bolsa e foi para casa!

A violência fica toda concentrada no final e o começo do filme acaba sendo meio chato, porque só tem aquele clima tenso que tem passagens meio batidas.

Diverte quem curte filmes de suspense/terror, mas é facilmente esquecível.

FDL

sábado, 16 de junho de 2018

Os Criminosos de Novembro

os criminosos de novembro - livro

“Não quero entediar vocês com coisas triviais: Addison Schacht acordou e escovou os dentes. Teve uma ereção matinal e estava chovendo, nada desse tipo de besteira. Nem coisas repetitivas: quantas vezes preciso dizer que fui para a aula de Cálculo? Então, a próxima coisa que surge na minha memória é a sexta-feira da assembleia de preparação para a faculdade. Aquele dia acabou se provando um daqueles decisivos, que não se anunciam. Dos quais acho que toda vida humana é composta.”

Sam Munson

Já começo dizendo que detestei esse livro. Esperava algo bem diferente dele.

Sinopse que achei no Google:

“O jovem Addison Schacht tem 18 anos de idade e está terminando o ensino médio. Preenchendo o formulário para concorrer a uma vaga na universidade, ele para em uma das perguntas: “Quais são suas maiores qualidades e seus piores defeitos?”. Enquanto pensa na sua trajetória até ali e decide se deve ou não continuar os estudos, o rapaz vai levando a vida, vendendo drogas na escola, arrumando briga com os professores e tentando entender sua relação com a melhor amiga Digger (eles são só amigos, viu?).

Mas quando Kevin, um colega de turma, é assassinado, Addison decide fazer uma investigação por conta própria. E, quanto mais ele descobre a respeito desse mistério, mais mergulha em questões ocultas de seu próprio passado.”

Achei que esse livro mostraria um jovem rebelde e inteligente questionando o sistema ou algo do tipo. Quem sabe um humor ácido e alguma coisa até hipster na linha de Alta Fidelidade?

Na verdade o que eu li foi um monte de baboseira pretensiosa de um protagonista de quem é bem difícil gostar ou ter alguma identificação. Além disso, tem umas passagens com referências históricas, filosóficas ou literárias completamente fora de contexto, porque o livro tem, na verdade, uma história bem rasa.

O autor tentou fazer uma literatura de jovens rebeldes e inteligentes, mas na minha opinião ficou tudo artificial e sem graça.

Não me conquistou. Mas, como já tinha baixado o filme, vamos tentar, né?

november criminalsFilme: Os Criminosos de Novembro ( November Criminals)
Nota: 7
Elenco: Ansel Elgort, Chloë Grace Moretz, Catherine Keener
Ano: 2017
Direção: Sacha Gervasi

O filme não tem nada a ver com o livro. É uma leve inspiração e olhe lá. Talvez, até por isso mesmo, seja um dos raros casos em que o filme é melhor.

Para começar, a versão cinematográfica é bem café com leite. São cortadas diversas situações sexuais, violentas e controversas que o livro explora. Não defendo nem ataco, porque no livro isso tudo é gratuito, então teria de haver um contexto no filme também.

A proposta principal nesse filme é diferente. Temos um jovem que perde o amigo e fica revoltado com o sistema. É diferente do Addison egocêntrico do livro.

Ainda assim, esse filme tem problemas. É ser morno, sem sal. Não tem nada de chamativo e chocante. Tem dois atores que são nomes em evidência na geração deles e fizeram um bom trabalho com o que tinham nas mãos, mas só.

Agora, é melhor que o livro porque, pelo menos não se frustrou em tentar nada sem conseguir.

De todo jeito, a experiência toda foi frustrante. Bola pra frente.

FDL

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Crisis In Six Scenes

crisis in six scenes

Já faz dois anos que essa série saiu pela Amazon e eu só enrolei para assistir. Mas agora chegou a hora. Não só Woody Allen lança um filme por ano como ele resolveu se aventurar e apresentou uma minissérie com seis episódios de menos de meia hora.

Ele, além de tudo, protagoniza a série, com aquele típico personagem dele que sempre é o mesmo: intelectual reclamão, chato, cheio de manias e extremamente verborrágico.

Muitos odeiam, muitos amam. Confesso que eu sou do time de admiradores do trabalho de Allen e a série não ficou atrás.

Houve até mesmo fãs que criticassem Crisis In Six Scenes, mas eu achei muito leve e engraçada, divertida de assistir, com o típico humor que Allen faz.

Na série, que se passa nos anos 60, o personagem de Woody é um escritor fracassado casado com uma psicóloga. A vida dos dois é calma e pacata, até que eles resgatam em sua casa uma revolucionária fugida da polícia (interpretada pela Miley Cyrus).

crisis in six scenes 2

Os episódios mostram tanto o efeito das ideias da jovem na vida do casal e das pessoas do seu convívio, como as discussões ideológicas dela com o protagonista, como as situações cômicas em que eles se envolvem para escondê-la.

Gostei muito e deu vontade de ver uns filmes atrasados dele que eu tenho por aí. Quem sabe nesse mês mesmo eu ainda vejo.

FDL

quarta-feira, 13 de junho de 2018

A Barraca Do Beijo

barraca do beijoFilme: A Barraca do Beijo (The Kissing Booth)
Nota: 7
Elenco: não conheço
Ano: 2018
Direção: Vince Marcello

Mais uma sugestão do Netflix. Parece que está fazendo muito sucesso com o público adolescente e é uma versão light de 13 Reasons Why.

“Melhores amigos desde sempre, Elle (Joey King) e Lee (Joel Courtney) têm a inventiva ideia de gerenciar uma barraca do beijo durante um evento da escola. Para fazer da proposta um sucesso, a garota tenta convencer o galã Noah (Jacob Elordi), seu crush e irmão mais velho de Lee, a participar da brincadeira. Ele mostra-se irredutível, mas os dois acabam se aproximando como nunca, o que estremece a amizade de Elle e Lee.”

A história é bem bobinha, extremamente idealizada e romantizada, mas nem sempre de assuntos espinhosos a gente vive, né? Acho que a geração mais jovem precisa de um alerta, mas de leveza também.

Fora isso, não faz muito diferente das 200 comédias românticas dos anos 90, com humor mais inocente e a exploração da fase de desenvolvimento dos adolescentes no colegial.

O elenco trabalhou bem e o filme é competente. Diverte.

FDL

domingo, 10 de junho de 2018

Ibiza: Tudo Pelo DJ

ibizaFilme: Ibiza: Tudo Pelo DJ (Ibiza)
Nota: 7
Elenco: Gillian Jacobs, Vanessa Bayer são as que eu conheço.
Ano: 2018
Direção: Alex Richanbach

Queria uma comédia? Então toma uma!

Vejamos a prolixa sinopse: “Três amigas inseparáveis transformam uma viagem de negócios a Barcelona numa louca aventura em Ibiza em busca de um DJ famoso.”

E pior é que somente isso mesmo define o filme. Agora, tem muita putaria, absurdo, palavrão, maus exemplos, tudo aquilo que queremos em uma comédia para dar risada.

O humor é jovem e bobo, mas algumas vezes é disso mesmo que estamos precisando.

Gillian Jacobs interpretou basicamente a mesma personagem que ela fez em Love. Vanessa Bayer é o destaque do filme, de longe. Aquela cena no final, na reunião de negócios num restaurante, é impagável.

Vale para se divertir.

FDL

sábado, 9 de junho de 2018

Partners In Crime–M ou N?

partners in crimeColocando em dia os especiais da Agatha Christie que fizeram nos últimos tempos, chegou a vez de Partners In Crime.

Acabei deixando por último porque sei que essa série não fez sucesso lá nos U.K. Algumas pessoas reclamaram do elenco e das histórias. Tanto é que havia mais histórias para serem feitas, mas desde 2015, ano dessa primeira temporada, nada de continuação foi anunciada nem será.

São 06 episódios, que são divididos em 02 histórias: O Adversário Secreto e N ou M?

Partners in Crime na verdade é um livro de Agatha Christie (Sócios no Crime), com contos o terceiro, na verdade, publicado com o casal Tommy e Tuppence.

Tommy e Tuppence são personagens mais colocados para escanteio na obra da Agatha. Poirot e Miss Marple são muito mais famosos.

Mas foram publicados 05 livros com romances e contos com histórias do casal que se envolve em investigações, geralmente com relação a espionagem.

Na ordem publicada pela autora, a primeira história da série também é o primeiro livro. Já a terceira da série, é o terceiro livro. Isso até faz sentido, porque preferiram fazer histórias mais longas e o segundo livro é de contos.

Foi a pior adaptação da Agatha que eu vi até hoje. O casal não tem química. O ator que faz Tommy é péssimo. Sem carisma, sem expressão.

Além disso, muitas coisas ali não estavam com cara de Agatha Christie, por isso, vi que eu tinha nos últimos boxes que a Harper Collins lançou um dos livros dali, o N ou M?, por isso, resolvi ler para ver a diferença.

M ou N? – Agatha Christie

agatha christie - m ou n

“Uma velha senhora, recoberta de contas, que tricotava um suéter cáqui.

Tommy pensou que fosse desmaiar.

A sra. Blenkensop era Tuppence!

Impossível! Inacreditável! Tuppence, calmamente tricotando na sala de visitas da pensão Sans Souci.

Ela olhou para ele com um ar de indiferença.

Tommy ficou mais espantado ainda.

Tuppence!”

Agatha Christie

Na história desse livro, o casal já está na faixa dos 40 anos e Tommy é convidado para se infiltrar em uma pensão para descobrir quem é um espião alemão, que colaborava com os nazistas no início da segunda guerra.

Tuppence é deixada de fora mas não aceita ser excluída somente por ser mulher. Por isso, se enfia na investigação e também participa.

Na pensão há vários suspeitos e durante o curto livro, que facilmente é lido em um dia só, o casal adota nomes falsos, finge não se conhecer e investiga todos para saber quem é o espião, que tem o pseudônimo de N ou M.

De fato não é dos livros mais inspirados da Agatha Christie, mas nem de longe ele merecia que a BBC tivesse feito isso com ele.

Foi tudo alterado!

Até o contexto, que saiu da guerra e foi para a guerra fria, com a espionagem soviética. Tommy e Tuppence estão mais jovens. Há personagens a mais, outros suprimidos. Histórias retiradas, outras adicionadas. É feita uma salada sem sentido.

Claro que eu não reconheceria uma obra da Agatha Christie nesse especial. Meramente é uma inspiração em um livro dela.

Agora entendo por que essa série não foi para a frente. Atores ruins, história alterada e ainda picotada em especiais? Nunca daria certo.

Acho engraçado que esses diretores ou roteiristas querem se aproveitar de grandes nomes da literatura para promoverem seus livros e filmes de forma fácil. Mas com seus egos, se recusam a respeitar as obras.

Querem fazer uma obra original? Criem uma, não façam retalho de outras.

Algumas alterações feitas para dramaticidade, para caber no formato ou até mesmo para popularizar eu entendo. Agora, essa coisa sem propósito não faz o mínimo sentido.

Não recomendo essa série.

FDL

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Safe

safe - netflix

Com esses algoritmos que eu não quero nem pensar, porque tenho medo, a Netflix já sabe meu gosto e me sugeriu essa série. Vamos seguindo o fluxo, não?

O grande nome nessa série como criador é Harlan Coben. Nunca li nenhum livro dele, mas sei que ele é muito respeitado e famoso como autor de suspenses e histórias com crimes.

O principal ator é Michael C. Hall, que eu não tinha visto em mais nada depois de Dexter. Ele interpreta o médico Tom Delaney, que perdeu a esposa recentemente para um câncer, ficando com duas filhas para cuidar.

A história circula em dois fatos: o desaparecimento da filha mais velha de Delaney e a morte do namorado dela, tudo após uma festa misteriosa.

O ambiente da série é um condomínio fechado com grades, em que vizinhos se conhecem, até demais e participam muito das vidas uns dos outros.

Na busca pela filha, Tom Delaney acaba descobrindo segredos de sua família e de sua comunidade que podem colocar mais pessoas em risco.

A história me lembrou um pouco a primeira temporada da série Secrets And Lies, que passou há pouco tempo na tv americana. Tem esse mesmo clima de comunidade pacifica escondendo segredos. Só que Safe é um pouco menos policialesca, embora, obviamente tenha investigação por conta de crimes.

O final é interessante e, apesar de não ter sido uma série que marcou muito, foi competente. Só não sei por quanto tempo vou lembrar dela.

Acabei vendo rapidinho, porque fui ficando curioso.

Recomendo.

FDL

terça-feira, 5 de junho de 2018

One of Us

oneofus_bbc

Essa minissérie é do final de 2017 e por ser mais um daqueles suspenses britânicos, fiquei curioso e guardei para o momento certo. Chegou.

São 04 episódios. A história começa com o assassinato de um casal recém-casado, com a esposa grávida. Após a tragédia, a família dela e dele, que são vizinhas em uma região um pouco afastada da cidade, como uma chácara, se reúne enquanto aguarda as investigações.

O problema é que na madrugada, durante uma tempestade que isolou o local, o assassino do casal, por algum motivo foi até as famílias, que descobrem o ocorrido e o deixam preso até chegar a polícia.

Obviamente, na manhã seguinte o assassino é encontrado violentamente morto também. Como o local está isolado, algum dos familiares o matou. O problema é que todos se juntam em um pacto para encobrir o ocorrido da polícia, mesmo sem saber que realmente cometeu o novo crime.

A minissérie é bem dramática e tem muitos personagens, entre pais, mães, irmãos, cunhados. Além disso, todos têm suas histórias e acabam tendo seu motivo para matar e para esconder segredos.

O final é interessante e eu não esperava no começo. Como não é uma revelação abrupta e sim construída, não tem um grande fator “uau!”.

Foi uma boa série. Não entrou no top 10, mas foi um trabalho competente.

Recomendo.

FDL

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Ordeal By Innocence

Ordeal By Innocence

Mais um especial inspirado na obra de Agatha Christie.

Esse é desse ano, saiu há poucas semanas, mas não sem antes uma polêmica: seria lançado no final do ano passado, mas foi suspenso e teve cenas refilmadas depois de um dos atores ser envolvido em um escândalo sexual.

“Esta é a história da família Argyle, sob a qual paira uma tragédia: Jacko Argyle, talvez o mais intempestivo dos filhos, mata a mãe em um arroubo de loucura. Ele é preso, julgado e condenado, mas acaba morrendo na prisão. Quando todos estão retomando suas vidas, aparece um novo elemento que vai colocar toda a família sob suspeita.

Jogando com as ambiguidades dos sentimentos familiares, Agatha Christie monta um quebra-cabeça psicológico de culpa, vingança e segredos de sangue.”

Com certeza foi o melhor dos especiais inspirados nas obras de Agatha que foram ao ar recentemente.

Eu não conhecia essa história e deu vontade de ler o livro. Vai ficar para uma próxima oportunidade. Quem sabe num próximo box, não, Harper Collins? Está na hora de lançar mais! Fica a dica.

O mistério acaba não sendo tão difícil assim de decifrar porque a gente com o tempo vai pegando o jeitão que a autora trabalha, mas, mesmo assim, essa história foi bem boa. Gosto do rompimento do maniqueísmo e como muitas vezes o morto é tão ruim quanto o assassino.

Valeu mesmo esse especial. Sei que tem mais por vir nos próximos meses.

FDL

domingo, 3 de junho de 2018

The Witness For The Prosecution

The_Witness_for_the_ProsecutionComeço a colocar em dia os especiais da Agatha Christie que as emissoras britânicas fizeram nos últimos anos. The Witness For The Prosecution, ou Testemunha de Acusação na tradução, me pareceu sem propósito, porque tem um filme sobre essa peça da autora feito em 1957. Recentemente eu assisti ao filme Testemunha de Acusação e comentei.

O elenco achei complicado. Tem aquela atriz Kim Cattrall, famosa por Sex and the City e Andrea Riseborough de mais famosas.

A história é basicamente a mesma, com poucas alterações. Mas o carisma não pegou e me pareceu algo bem protocolar, sem inspiração.

Não começamos bem.

O especial é dividido em duas partes e em vários momentos há enrolações, cenas desnecessárias e encheção de linguiça.

Faltou mais impacto nessa história, que é muito boa.

Não recomendo.

FDL

sábado, 2 de junho de 2018

Anjos e Demônios – Dan Brown

anjos e demonios“Os olhos de Langdon estavam fixos na queimadura. Illuminati, ele lia sem parar. Seu trabalho sempre se baseara no equivalente simbólico dos fósseis – documentos antigos e boatos históricos -, mas aquela imagem diante dele representava o hoje. O tempo presente. Sentia-se como um paleontólogo que dá de cara com um dinossauro vivo.”

Dan Brown

Eu li o Código Da Vinci no começo dos anos 2000, logo que foi lançado e criou toda aquela polêmica com a Igreja Católica. Até gostei do livro, mas depois da péssima experiência com o filme, me deu um bode com esse tipo de coisa.

O problema com o Código é que era uma obra de ficção que lançava mão de fatos históricos. Mas eles não explicam que vários deles também são inventados. Isso causa confusão na nossa cabeça, sobretudo porque fala de detalhes que não são muito estudados. Por isso, essas obras causam mais desinformação do que outra coisa.

Só que o suspense ou aventura da narração foram bons. Agora, tive a oportunidade de ler Anjos e Demônios para ver se retomava as obras de Brown. Até comprei O Símbolo Perdido, Inferno e Origem.

Esse livro infelizmente me decepcionou.

Na história, que se passa antes do Código, Langdon acaba se envolvendo em uma conspiração para destruir o Vaticano, com assassinato de Papa e membros do clero, com envolvimento dos Illuminati, grupo secreto que se suspeitava estar extinto há muitos anos.

Para isso, utilizou-se uma tecnologia nova, chamada de antimatéria, com poder energético altíssimo e muito poder destrutivo.

Fora isso, Langdon escapa da morte das formas mais bizarras possíveis, faz descobertas impressionantes sobre a História em apenas um dia, com apenas minutos, molhado, ferido, pressionado, estressado e em um idioma que não é o seu.

Digo isso tudo para esclarecer que embora consigamos ler esse livro com a mente de que se trata de uma obra de ficção, não dá para engolir muita coisa. É forçado demais. O Dan Brown pesou a mão nessa história e essa coisa de James Bond nerd não me convenceu nesse livro não.

Por outro lado, a descrição de locais históricos, paisagens, a arquitetura, enfim, isso tudo desperta a nossa atenção. Mas também temos que ficar espertos, porque não sabemos se Brown está falando a verdade.

Existe um livrinho que explica o que há de verdade e balela em Anjos e Demônios. Nem sei se vale a pena ler.

Quanto ao filme, nem pensar. Não vou correr o risco. Até porque, não sei se fiz bem em já ter comprado as continuações da obra do escritor, porque, no momento, não estou com vontade de ler.

FDL

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Saturday Night Live – 43ª Temporada

snl 43Mais uma temporada parecida com a anterior. Muito focada na política e em criticar o Trump. Isso deu certo por lá e o programa se tornou meio que um porta-voz da crítica ao governo. Faz isso muito bem, aliás.

Isso é importante para eles, mas nem tão engraçado para nós que não estamos naquela realidade. Gosto mais das paródias, das imitações, da autocrítica com os próprios costumes, enfim... Claro que temos isso tudo ainda.

Kate McKinnon continua segurando o programa, junto com boas passagens do Kenan Thompson e da Cecily Strong.

Entre os convidados, destaco entre os melhores: James Franco, Ryan Gosling, Natalie Portman, Bill Hader, Amy Schumer e Tina Fey.

Até o ano que vem.