quarta-feira, 30 de maio de 2018

The Alienist

the alienistO Netflix indicou e eu fiquei curioso com o título, achei que teria algo a ver com o conto do Machado de Assis que eu li há muitos anos. Nada a ver, mas mesmo assim era bem interessante, começando pelo elenco: Daniel Brühl, Dakota Fanning e Luke Evans.

O alienista é Dr. Laszlo, interpretado por Brühl. Esse nome era dado no século XIX a todos os médicos que tratavam dos transtornos psiquiátricos. A série diz no começo dos episódios que entendia-se que a pessoa estava alheia de si mesma, por isso o nome. Então, até que tem alguma relação com o conto, mas para por aí.

O clima é bem sombrio, com uma pegada de Edgar Allan Poe ou Sherlock Holmes, com clara inspiração nos crimes de Jack, The Ripper. Ocorre que o ambiente é New York do final do século XIX, com personagem, inclusive, Theodore Roosevelt, na época comissário de polícia.

Fanning interpreta a assistente na Polícia Sara Howard, a primeira mulher a preencher o cargo. Luke Evans é o jornalista John Moore. Os três acabam se juntando, com auxílio de outros profissionais, a pedido de Roosevelt, para investigar a ação de um nefasto serial killer.

Isso ocorre porque o assassino tem como vítimas meninos pré-adolescentes que são explorados na prostituição vestidos de mulheres. São mortos com muita violência, de forma ritualística e em dias associados a datas comemorativas religiosas. O problema é que a Polícia não está muito interessada em capturar o criminoso, para não se indispor com os poderosos que exploram o meretrício e a possibilidade de o assassino ser alguém de posses.

Assim, nos 10 episódios há tanto uma caçada ao criminoso como a oportunidade de Laszlo conhecer mais a mente doentia de quem assassina dessa forma.

As relações pessoais também são exploradas, sobretudo por conta dos costumes da época e o assunto não ser algo comum naquele tempo.

Foi uma das minhas séries preferidas nesse ano. Impecável do começo ao fim, com tensão, violência, diálogos, enfim, tudo, na medida. Os atores trabalharam muito bem também.

Obviamente que foi inspirada em um livro, que no momento está muito caro, mas que no futuro pretendo adquirir e ler.

Não sei se haverá uma nova temporada, há rumores de que não, mas, vamos esperar para ver.

FDL

terça-feira, 29 de maio de 2018

The Good Fight – 2ª Temporada

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Impressionante pensar em como era a série The Good Wife no começo e como esse universo foi se transformando até a temporada que passou.

Foi mais uma excelente leva de episódios, com um estilo muito único e uma série que não tem nada parecido passando por aí.

Christine Baranski estava excelente novamente. Esse papel que, de coadjuvante na outra série, passou a ser protagonista nessa, ficou perfeito.

Preciso confessar que os primeiros episódios foram meio arrastados, mas depois, o clima de tramoia, as pessoas discutindo nos tribunais, os momentos tensos e as reviravoltas valeram a pena.

A temporada é focada em várias frentes, como a conclusão do caso dos Rindell, a chegada de uma nova sócia ao escritório, a onda de perseguição e assassinato a advogados, a gravidez de Lucca e a incursão do escritório na política, sobretudo para acusar Trump.

Essa série é non sense, mas é deliciosa de assistir.

Melhor fazer como fiz esse ano: deixei acumular tudo e vi em maratona. A ansiedade enche o saco!

Até a próxima temporada no ano que vem!

FDL

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Series Finale: The Mindy Project – 6ªTemporada

The_Mindy_Project_Season_6Eu meio que já tinha desistido dessa série, porque no meio de tanta coisa que havia aparecido, mais uma comédia que se enrolava e apenas esticava até arrebentar não parecia nada mais do que perda de tempo.

Empaquei no meio da quinta temporada.

Mas apareceu um tempo livre e o toc de deixar algo incompleto bateu. Como a última temporada foi curta, rapidinho terminei de ver essa série e acabei não me arrependendo.

Mindy teve um bom time de coadjuvantes do final e a comédia não ficou tão cansativa. Talvez tenha sido o longo tempo que eu me dei de descanso para a série. Mas mesmo assim, há momentos engraçados e passagens boas, mas nada demais.

Nem de longe a série terminou com o mesmo encanto como quando começou.

De todo modo, serviu para que eu conhecesse a Mindy Kaling, que eu achei muito talentosa e engraçada.

Certamente se ela aparecer em mais algum projeto interessante, o nome dela vai contar pontos para me fazer ver.

Trabalho cumprido.

FDL

domingo, 27 de maio de 2018

Twin Peaks

Twin-Peaks serie

Desde o ano passado eu fiquei interessado por essa série por vários motivos. Com o retorno de uma temporada depois de décadas, o sucesso dos anos 90 ficou em evidência novamente. Com isso, foram lançados livros e outros materiais, dando destaque a essa obra que foi um grande marco da televisão americana.

Eu não conhecia nada do trabalho do David Lynch. Só sabia da fama de maluco que ele tem e da característica de non sense ou surreal que suas obras possuem. Isso de fato não tem muito a minha cara, mas Twin Peaks tem toda sua história centrada em um assassinato em uma cidade pequena, de mesmo nome da série. Por isso, achei que seria a chance de conhecer melhor. O momento chegou.

A série original teve duas temporadas, a primeira com 08 episódios e a segunda com 22. A recente, que está disponível no Netflix, eu ainda não vi. Quis dar um tempo depois dessa overdose.

Twin Peaks começa com a descoberta do corpo da adolescente Laura Palmer, que foi assassinada e encontrada pelos moradores. Para a investigação, o FBI envia o agente Dale Cooper, que chega à pitoresca cidade e investiga a vida da jovem para descobrir whodunnit. Só que o próprio policial também é bem excêntrico.

Além de todas as qualidades de uma série de investigação, Twin Peaks tem os personagens mais esquisitos que eu já vi. Quando você entende que o ponto da série não é mais descobrir quem matou Laura e sim conhecer aquele local bizarro com pessoas atormentadas por alguma força desconhecida, essa série fica deliciosa.

Entre diversos personagens, os melhores são os da Mulher do Tronco (uma senhora que conversa com um cotoco de tronco de árvore que carrega para cima e para baixo), a Sra. Nadine (depois de uma tentativa frustrada de suicídio, ela fica mais doida ainda e acha que é uma estudante adolescente. Pra piorar, a mulher tem uma força sobre-humana), o policial Andy (é inocente e atrapalhado) e o Dr. Jacoby, o psiquiatra mais maluco que seus pacientes.

Tem que ter atenção nessa série, porque são muitos personagens, muitas histórias paralelas que você descobre depois estarem ligadas. Não digo isso achando que os criadores sabiam no que iria dar, porque conforme descobri depois, não sabiam. Mas até pela improvisação do surrealismo, tudo ia ficando interessante. Não faz sentido, mas é doido.

A segunda temporada revela o assassino de Laura, não que a resposta satisfaça completamente, afinal, nada em Twin Peaks é claro. Depois disso, um novo arco de história surgiu e a série perdeu um pouco de força. Nos EUA isso se refletiu na audiência, cancelando a série.

O episódio final é a coisa mais maluca e viajada do mundo. Esteja de bom humor, abra a cabeça e assista.

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Óbvio que muito em breve eu vou ver esse retorno disponibilizado no Brasil pela Netflix.

Mas não ficou por aí. Depois da série, foi lançado um filme, em prequel, nele Laura Palmer teve todo o destaque. Há várias participações interessantes também. Está disponível no momento no Telecine Play.

twin peaks fire walk with meFilme: Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer (Twin Peaks: Fire Walk with Me)
Nota: 7
Elenco: David Bowie, Chris Isaak, Kiefer Sutherland, além de diversos da própria série.
Ano: 1992
Direção: David Lynch

Esse filme veio para resumir o que foi falado na série por meio de depoimentos. Além disso, mostra já a ideia dos criadores de que o mistério envolvendo Twin Peaks iria bem além da trama do assassinato de Laura.

O filme é cansativo e exagerado. As cenas de sofrimento, sexo, violência e choro de Laura Palmer são hiperbólicas. Fica cansativo e parece até apelativo. Não tem o ar bizarro que a série trouxe.

As cenas finais são angustiantes, porque embora a série tenha mesclado o humor non sense e ácido com o drama de violência de forma respeitosa e de alguma maneira igual, a gente perde um pouco a noção de como foi triste a vida de Laura no final, com a exploração, drogas e submissão a homens nojentos.

De todo modo, vale por mais um espetáculo de bizarrice.

Com isso feito, reuni os três livros que adquiri sobre a série nos últimos meses e li todos de uma vez.

Twin Peaks – Arquivos e Memórias – Brad Dukes

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A editora Darkside lançou esse livro em 2017 e fiquei curioso por conta do ar sombrio que essa série tem. Depois da boa experiência com Donnie Darko, de repente seria uma boa ideia.

E foi.

Segue o mesmo estilo dos livros de Donnie Darko, Sexta-Feira 13, O Massacre da Serra Elétrica e outros. São entrevistas com atores, produtores, diretores, enfim, todas as pessoas relacionadas à criação da série.

O interessante nesse livro é que os depoimentos vão acompanhando a progressão da série, desde a pré-produção, ao lançamento, cada episódio e até o final da segunda temporada e filme.

Há várias curiosidades interessantes, como as guerras de egos dos bastidores, de como as premiações influenciaram uma emissora a engolir a série mesmo sem botar fé nela, enfim.

Também há aquele problema de excesso de informações inúteis, mas isso faz parte.

Mais uma vez o acabamento é impecável. Capa dura com uma pintura com textura, páginas com várias fotos, um marcador de página com foto e formato da famosa torta de cereja da Norma, folhas de guarda com as cortinas de veludo vermelho, enfim, uma obra de colecionador para fãs, ainda que tardios como eu. São 320 páginas, aproximadamente.

Recomendo muito.

A História Secreta de Twin Peaks – Mark Frost

história secreta de twin peaks

Mark Frost é um dos criadores da série, junto com David Lynch. Esse livro também foi lançado no Brasil em 2017 e ele tem um formato que lembra muito o “S” do J.J. Abrams, que eu li não faz muito tempo.

Tem capa dura e ele é em formato de um dossiê do FBI com supostas informações encontradas sobre a cidade de Twin Peaks compiladas e analisadas.

É mais uma forma de dizer que a história não é apenas sobre a morte de Laura, mas sobre esse algo bizarro que circula nesse local. Para isso, há recortes de jornais, memorandos, fotos, postais, diários, enfim, todo tipo de documento que conta a história secreta do local décadas antes do ocorrido na série. Isso mostra que o ar estranho já remonta há muito tempo.

Obvio que o dossiê chega na história da série e conta diversos casos tratados nela, inclusive, o que achei muito bom, dando algumas respostas e informações que a série não deu no final, como o final de Audrey Horne, por exemplo.

O livro é gigante e caro, mais uma obra de prateleira, porque é muito bonito, com jaquet, capa dura, folhas grossas, enfim, é um divertimento para quem gostou da série.

Há um monte de enrolação chata, mas você passa por ela numa boa. Valeu o livro. São 360 páginas, aproximadamente.

O Diário Secreto de Laura Palmer – Jennifer Lynch

o diário secreto de laura palmerO derradeiro livro que li sobre a série agora em maio foi escrito por Jennifer Lynch, filha do diretor David Lynch.

Infelizmente podia ter terminado sem ele.

São aproximadamente 270 páginas do que seria o diário de Laura, objeto bem importante na série, que trouxe muitas resposta sobre quem era ela e o que aconteceu com ela, mas também trouxe muitas dúvidas, sobretudo a respeito da misteriosa figura de BOB.

O livro é raso e começa com Laura pré-adolescente e enrola de uma forma que é inacreditável. Há diversos devaneios e sensações que a adolescente escreve para se expressar de alguma forma, mas é tudo tão mal escrito que eu fui ficando cansado.

Sorte que é curto, até porque, chegar nessa quantidade de páginas já foi uma proeza da escritora. Ficou com cara de aproveitamento na onda de sucesso da série sim. Os leitores foram atrás de respostas que não encontraram na série e ficaram frustrados.

Eu nem respostas queria, porque entendi que não foi esse o ponto da série. Mesmo assim fiquei de saco cheio desse livro, que, com certeza foi um dos piores que eu li ultimamente. E olha que não sou exigente.

De todo modo fica aí a experiência.

...

Já estou com abstinência de Twin Peaks, que com certeza marcou meu mês de maio. Mas logo logo eu tomo coragem e vejo a temporada nova que está disponível no Netflix. Afinal, Laura diz no último episódio que nos encontraríamos 25 anos depois, né? Errou por um ano, mas mesmo assim já estamos conseguindo muito!

FDL

sábado, 26 de maio de 2018

American Crime Story – The Assassination of Gianni Versace (2ª Temporada)

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Depois do excelente trabalho feito na primeira temporada, na qual a história de O.J. Simpson acabou levando todos os prêmios possíveis, a expectativa ficou alta com o novo crime a ser contado pelos criadores da série.

Esse crime também aconteceu nos anos 90, mas um pouco mais no final da década. Gianni Versace era um famoso estilista que foi assassinado na porta de sua casa por um serial killer obcecado pela sua figura e os motivos são obscuros.

Os 09 episódios da temporada tentam contar um pouco da vida de Versace, sua relação de amor e disputa com a irmã Donatella, a parceria que jamais virou casamento com Antonio e, com isso, mostrou um panorama do mundo gay nos anos 90, sobretudo explorando a AIDS.

Acontece que a relação entre Versace e o assassino, Andrew Cunanan, foi superficial, então para ter uma série, foi contada a história do serial killer. E foi feita de trás para frente, desde a morte do estilista até os assassinatos que ele cometeu anteriormente, até sua infância.

Esse foi um problema para mim, porque a série focou muito mais em Cunanan do que em Versace. O protagonista sem dúvida é o assassino.

Fora isso, os atores estavam muito bem e a história foi contada da melhor forma possível. Só não é um acontecimento que chama tanta a atenção mesmo. É mais morno do que o caso contado na primeira temporada.

A série não foi ruim, mas não teve todo aquele ar impressionante da primeira.

De todo modo, recomendo.

FDL

domingo, 20 de maio de 2018

O Sol É Para Todos – Harper Lee

o sol é para todos livro“— Atticus — o que exatamente é um admirador de pretos? – perguntei.

Atticus ficou sério.

— Alguém chamou você disso?

— Não, a sra. Dubose disse que você é. Toda tarde ela repete isso. Francis me chamou disso no Natal passado, foi quando ouvi pela primeira vez.

— Foi por isso que brigou com ele? — perguntou Atticus.

— Foi, pai...

— Então, por que está perguntando o que significa?

Tentei explicar que a briga não foi tanto pelo que Francis disse, mas pela maneira como disse.

— Foi como se me chamasse de melequenta ou algo assim.

— Scout — disse papai — admirador de preto é uma dessas expressões sem sentido, como melequenta. É difícil explicar: pessoas ignorantes, sem valor, falam isso quando acham que alguém está pondo os negros acima deles. Passou a ser usada por gente do nosso meio para rotular alguém de uma forma feia e vulgar.

— Mas você não é admirador de preto, é?

­— Sou sim. Eu me esforço para gostar de todo mundo... De vez em quando, é muito difícil. Querida, não se importe em ser chamada de algo que as pessoas acham que é insulto. Isso só mostra como essa pessoa é mesquinha, e não a atinge. Então não se deixe abalar pela sra. Dubose. Ela já em problemas demais.”

Harper Lee

Chegamos praticamente no meio d ano para eu achar o que é, provalvemente o melhor livro que li no período. Dificilmente algum vai bater. Mas, claro, fica lançado o desafio.

Acabei lendo esse livro mais por vergonha de não ter tido a oportunidade. Já assisti ao filme O Sol É Para Todos há alguns anos. Tinha ficado muito impressionado com a obra e a leitura tinha que vir, até porque, está em praticamente toda lista de livros obrigatórios que aparecem por aí.

Não é sem motivo. Essa escrita tem uma mágica inexplicável. A forma como Scout nos conta a história de um pequeno período de sua infância é cativante. A inocência da família, impactada pela educação dada por um homem à frente de seu tempo, Atticus, comove aquele que observa a maldade do ser humano em tantas formas, mas com um pai que luta a batalha, mesmo que perdida, para dar um mundo melhor a seus filhos.

Há diversas passagens realmente bonitas nesse livro, mas qualquer diálogo entre Atticus e Scout ou Jem valem por qualquer minuto que você pare para folhear esse livro. Atticus educa as crianças com verdade, sem mentiras, mas com sensibilidade e razão, ensinando os filhos a refletir, não a obedecer, a respeitar, não a temer.

Não há mais o que dizer sobre esse livro, somente que em breve precisarei reler, porque ele é um refúgio em tempos tão sombrios.

Será que “admirador de pretos” é o novo “vitimista” ou “mimimi”? Quem sabe, né?

FDL

sábado, 19 de maio de 2018

13 Reasons Why – 2ª Temporada

13 Reasons Why s2Esses dias saiu a nova temporada dessa série e eu fiquei curioso com o que seria contado depois daquela leva de episódios no mínimo impactante.

A parte minha que curte séries de suspense e drama gostou, porque o mistério e a trama foram interessantes. Mas a gente sabe que essa temporada nova foi apenas para surfar no sucesso da primeira e tirar grana. Não havia nada muito novo a ser contado.

Pior ainda. O terreno que já foi minado pelo tema sensível, ficou explosivo, porque a série voltou tão violenta e direta quanto antes, mas agora com o compromisso de explorar o suspense e o drama de mais temporadas. Brincou com o sensacionalismo nos episódios finais. Isso me incomodou bastante.

A violência dos episódios finais, sobretudo com o que acontece com Tyler, é constrangedora e crua. Não sei dizer se foi necessária. Não sei se deu ideia para os jovens. Não sei o que de bom aquilo pode trazer sendo mostrado daquela forma. Achei que foi para causar.

O final da temporada deixou o famoso gancho, com aquele sensacionalismo de todas as séries jovens americanas. Aquela que se dizia uma série educativa sobre bullying, suicídio, estupro e tudo mais, caiu na armadilha das outras.

Outra coisa que me incomodou e muito foi que eles não mudaram a sensação de desamparo. Se justamente essa sensação fez Hannah se matar, não custava mostrar pessoas interessadas em mudar o mundo. Ninguém nessa série presta! O resultado nos tribunais, a postura da escola, enfim... repito que deveria ser mostrada uma outra escola com trabalho adequado, para não ficar a sensação de que isso é regra.

Além do mais, jovens ricos ficam mais confiantes ainda de que são onipotentes, porque por mais que no futuro Bryce seja punido, pelo menos durante um ano de hiato entre temporadas de série ficou a sensação de que o crime compensa se você é rico e de família influente. Não é sempre assim. Fico pensando em como as vítimas adolescentes se sentem quando vêem isso.

A série foi me incomodando crescentemente. Apesar disso, os atores são muito bons e parecem ter futuro. É uma boa série de adolescente, considerando a parte dramática. Mas temos que tomar muito cuidado quando atribuímos a nós mesmos a postura supostamente educativa ou informativa. Com isso vêm responsabilidades e essa série parece não ter muita não.

Reconheço também a boa trilha sonora e o conteúdo de vários diálogos, que fogem da habitual futilidade em vários momentos.

Ironia 1: fiquei surpreso em descobrir que Gatorade cura abstinência de drogas.

Ironia 2: simpática aquela advogada da escola, né? Tratando a vida sexual de adolescentes como se fosse a Sonia Abrão comentando o capítulo da novela.

Vamos ver o que vem pro ano seguinte.

FDL

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Cartas Extraordinárias

cartas extraordinárias

Em todo lugar, em todo vídeo, em todo blog, eu via as pessoas indicando esse livro, dizendo que era a maravilha do mundo. Fiquei curioso e outro dia na livraria física (das poucas que ainda não fecharam) eu folheei e percebi do que se tratava e por que o motivo de tanta empolgação.

Comecei a ler em abril de forma paulatina. Todo dia umas 3, 5 cartas, até acabar. Às vezes queria ler mais, porque você se empolga em se intrometer na vida das pessoas assim. Sobretudo porque revela uma prática que não acontece mais. Não há necessidade de escrevermos longos textos a pessoas que temos à disposição sempre pelas redes sociais.

De todo modo, Cartas Extraordinárias mostra todo o tipo de correspondência. Entre reis, presidentes, celebridades, crianças, empresários, cientistas, atores, escritores, enfim... Os assuntos variam também, sejam elogios, críticas, respostas irônicas, receitas de bolo, cartas e respostas de fãs, debates do mundo acadêmico, literário ou do showbusiness, enfim, são 125 interessantes exemplos de ser humano.

Eu marquei minhas 11 preferidas. Não foi fácil.

002: Jack Estripador para George Lusk. O serial killer jamais preso enviou uma carta debochada e o rim de uma das vítimas ao chefe da investigação de seus crimes.

006: Bill Hicks, um humorista de stand up debatendo liberdade de expressão com um sacerdote. Um tapa na cara.

013 (minha preferida): Charles Dickens escreve ao Times após ficar horrorizado com a população assistindo a uma execução em praça pública em Londres.

Essa carta mexeu comigo, porque ela voltou a 1849 para mostrar o espetáculo de punições, que ainda existe, sobretudo com o efeito catártico de ver o outro expiar pelos seus pecados. Vemos nos jornais todos os dias quando um raro crime violento de classe média transforma os personagens em celebridades.

Pior é que hoje em dia não percebemos o angry mob porque a praça pública com as pessoas gritando se chama internet e as imagens ficam difusas, mas só que são muito mais potentes.

Agora, me pergunto, mesmo com mudanças na sociedade o ser humano vibra pela punição do outro, será que isso faz parte da sua natureza? Será que isso impede o colapso da sociedade e controla a nossa própria violência? Não sei, cada vez sei menos.

019: Uma emocionante carta de um ex escravo a seu antigo dono.

058: Carta de Fiódor Dostoiévski a seu irmão relatando seu sofrimento durante o período preso.

065: O cientista Ernst Stuhlinger responde a uma freira por que se gasta tanto dinheiro com viagens espaciais enquanto há crianças passando fome no mundo. É uma declaração de amor à ciência.

097: Mais uma carta relacionada a escravidão. Jarm Logue responde uma carta a uma mulher que era sua proprietária, que lhe cobrava uma dívida. Puta que pariu, que porrada.

105: Charles Bukowski escreve a um jornalista opinando sobre a retirada de livros seus de uma biblioteca sob a alegação de ter conteúdo sádico e fascista. Interessante a visão dele.

112: Uma carta nojenta de Mark Chapman, assassino de John Lennon, já preso, tentando lucrar com seu crime, querendo leiloar um disco assinado pelo cantor, que possuía antes do homicídio.

116: Albert Einstein escreveu para uma menina uma carta respondendo a uma pergunta feita: cientistas rezam? Sua resposta é interessante.

121: Carta de Einstein para Franklin Roosevelt na qual ele alerta para a corrida do enriquecimento de urânio no período entre guerras. O problema é que esse estudo foi base para a criação das bombas atômicas utilizadas em Hiroshima e Nagasaki. Mais tarde Einstein diz que essa carta foi o maior erro de sua vida.

Nem preciso dizer que esse livro é excelente.

É grande e caro, mas vale a pena. Tem uma versão de listas e uma versão de cartas brasileiras. Quero ler em breve ambos.

FDL

domingo, 13 de maio de 2018

Eurovision 2018

Nesse ano, o festival de música europeia (maomeno) ocorreu em Portugal, depois da vitória arrebatadora de Salvador Sobral no ano passado.

Algumas semanas antes eu já fui ouvindo antes o que os países iriam mandar para já me preparar para o dia do festival. Mas sabe que em 2018 nada me empolgou demais? Achei o ano muito morno de forma geral.

Com os shows ao vivo não foi diferente. Percebi um clima de apatia em todos os participantes.

Nenhuma música vai ficar na minha playlist por muito tempo, mas tive duas favoritas:

Alemanha.

Michael Schulte - You Let Me Walk Alone

Achei a música bonita e a voz do cara diferente.

U.K.

SuRie – Storm

Nos clipes nem dei atenção a essa música, mas a apresentação ao vivo dessa mulher na final foi muito boa, principalmente depois do incidente lamentável de uma invasão. A letra tem uma mensagem boa e apesar de ter um ritmo batido, a voz dessa cantora é muito bonita.

A vencedora foi Netta, cantora de Israel, com uma letra de tom feminista, mas uma apresentação muito bizarra. Não é para mim. O bom é que o país ganhou pela primeira vez.

Netta – TOY

Enfim, espero que no ano que vem a galera venha mais inspirada. Me pareceu tudo muito parecido nesse ano, sem muita criatividade. A aposta mais ousada acabou levando.

FDL

sábado, 12 de maio de 2018

The Big Bang Theory – 11ª Temporada

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Acabo assistindo a essa série no automático, por um pouco de TOC de largar incompleta, por ter um pouco de esperança de que a história evolua, enfim.

No fim, a frustração vem, porque a série virou um sanduíche com episódios bons no começo e no fim, com um meio bem zoado, tacando farinha pra engrossar.

O personagem do Sheldon está cada vez mais insuportável e psicopata. Os amigos fazem piada com o comportamento dele (muito repetitivas, inclusive), mas eu jamais estaria perto de uma pessoa assim.

Há episódios bons, sobretudo quando usam o Howard e a Amy. Mas eles são coadjuvantes, não podem segurar a série sozinhos.

Apesar de tudo, as cenas engraçadas e algumas tiradas ainda me fazem continuar vendo despretensiosamente os rápidos episódios de 20 minutos. Mas tudo na vida cansa. A série acaba ficando cada vez menos relevante. Uma pena não saber se renovar ou a hora de parar.

FDL

sábado, 5 de maio de 2018

O Homem de Giz – C.J. Tudor

homem de giz

“Apenas uma pessoa o visitava com regularidade, sem nunca faltar, todas as semanas, e não a um fiel de sua congregação nem seus “anjos” devotos. Era a minha mãe.

Nunca entendi o motivo. Os dois se odiavam. O Ver. Martin tinha dito coisas horríveis para minha mãe. Feito coisas horríveis. Um tempo depois, ela me diria:

- Esse é o ponto, Eddie. Você precisa entender que ser uma pessoa boa não é cantar hinos ou orar para algum deus. Não se trata de ostentar uma cruz ou ir à igreja todo domingo. Ser uma boa pessoa tem a ver com a maneira como você trata os outros. As pessoas boas não precisam de religião, porque sabem em seu íntimo que estão fazendo a coisa certa.

- E é por isso que você o visita?

Ela deu um sorriso estranho.

- Na verdade, não. Eu o visito porque sinto muito.”

C.J. Tudor

Esse talvez seja um dos livros mais bonitos que tenha sido lançado ultimamente. É da Editora Intrínseca e saiu há pouco tempo. É de capa dura, toda preta, com páginas pretas também na lombada. As folhas possuem diversas marcações remetendo a desenhos de giz branco no fundo totalmente preto. É um visual gráfico muito bom.

Costumam dizer que as editoras apelam para o estético quando o conteúdo dos livros é ruim. Será que foi o caso desse?

Não posso dizer que é um livro ruim. Mas em um ano com tantos lançamentos em thrillers, realmente eu esperava um pouco mais dessa história.

“Em 1986, Eddie e os amigos passam a maior parte dos dias andando de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras. Os desenhos a giz são seu código secreto: homenzinhos rabiscados no asfalto; mensagens que só eles entendem. Mas um desenho misterioso leva o grupo de crianças até um corpo desmembrado e espalhado em um bosque. Depois disso, nada mais é como antes.

Em 2016, Eddie se esforça para superar o passado, até que um dia ele e os amigos de infância recebem um mesmo aviso: o desenho de um homem de giz enforcado. Quando um dos amigos aparece morto, Eddie tem certeza de que precisa descobrir o que de fato aconteceu trinta anos atrás.

Alternando habilidosamente entre presente e passado, O Homem de Giz traz o melhor do suspense: personagens maravilhosamente construídos, mistérios de prender o fôlego e reviravoltas que vão impressionar até os leitores mais escaldados.”

Uma coisa que salta aos olhos logo no começo é que a autora já mostra que utilizará um grupinho de amigos nos anos 80. Óbvio que há influência do sucesso recente de IT – A Coisa e Stranger Things.

Fora isso, o suspense não é dos mais interessantes e os ganchos nos finais dos capítulos não dão tanta expectativa assim. Já vi melhores. Algumas situações ficaram bem óbvias e outras não fizeram muito sentido.

De todo modo, valeu a leitura. Ainda é um estilo de livro que eu gosto muito e esse livro não chegou a decepcionar. Só não correspondeu tanto às expectativas que gerou. Ainda assim eu recomendo sem grande entusiasmo.

FDL

terça-feira, 1 de maio de 2018

Discovery ID em Abril

Bora acompanhar esses documentários guilty pleasure do mês de abril? Tem muita série que eu comecei meses atrás, mas só terminei agora.

sr homicidio i am homicide

Sr. Homicídio ( I Am Homicide )
Foram 02 temporadas, a primeira com 06 episódios e a segunda com 10. Conta com o detetive McFadden, conhecido como Sr. Homicídio, pela forma incisiva e inteligente que ele investiga os crimes na cidade.

A série é boa, porque mostra como o detetive se entrega ao trabalho e acaba solucionando os casos com a ajuda e informantes, se aproximando de familiares e observando com sensibilidade a realidade dos crimes.

Acredito que a série tenha uma temporada nova a caminho. Em breve verei.

confissões diabólicas the mind of a murderer

Confissões Diabólicas (The Mind Of a Murderer)
Foram também 02 temporadas. Cada uma com 06 episódios. A psicóloga forense Michelle Ward viaja o país visitando penitenciárias, conversando com presos acusados de crimes bem violentos.

Sua intenção é saber realmebte o que essas pessoas pensam e sentem, qual o entendimento que elas têm do que fizeram e como se sentem com isso.

Há presos que entram em estado de negação, embora haja provas evidentes de seus atos. Outros forçam dizer que tem algum tipo de deficiência mental. A maioria tem ciência e remorso do que fizeram e até ficam resignados com a punição.

A psicóloga investiga a infância, traumas no cérebro e comportamentos anteriores para entender o comportamento dos indivíduos. A ideia não é julgá-los. Isso a justiça já fez. O ponto é compreender a mente de um criminoso violento.

Foi um dos melhores documentários que o ID exibiu.

medo mora ao lado suspicion

O Medo Mora ao Lado (Suspicion)
Trata-se da primeira temporada. A segunda vi há algum tempo e comentei aqui que se fosse exibida eu veria. Acabou passando

São 06 episódios também, com o mesmo formato, todos com pessoas próximas morrendo e havendo suspeitas que ninguém levava a sério, mas a resiliência fez com que a verdade surgisse.

Destaco o episódio da mulher Anita, que vai morar em uma estranha comunidade em que todos parecem ser envenenados. Desconfia de seu marido, que chega a ser preso, mas verdade é bem diferente e pior.

Também foi bizarro o caso da menina que era perseguida por um homem misterioso e sem solução do crime, acabou enlouquecendo e morrendo.

No episódio da estudante universitária estuprada e morta, temos a atriz se Skins, que fez a Michelle interpretando a vítima na dramatização. Caiu o rendimento na carreira dela, né não?

mal de família bad blood

Mal de Família (Bad Blood)

A primeira temporada dessa série teve episódios curtos e a segunda foram longos. São crimes ocorridos em ambientes familiares e que causaram desavenças entre quem não foi morto ou preso.

Geralmente há controvérsia sobre autoria de crimes, motivações, participações, etc...

O ponto é que no final as pessoas são reunidas, mais desarmadas por conta do tempo, para conversarem e tentar solucionar as desavenças. Geralmente dá certo.

A série é boa, mas tem bastante enrolação. Dinheiro em empresas familiares e ciúmes sempre são os motivos propulsores dos crimes.

Entre as séries que eu tentei ver e não curti, deletando depois foram: Reféns e Mulheres: Vítimas Desconhecidas. Foram forçados e dava pra perceber como fugiam da realidade.

Até o mês que vem.

FDL