sábado, 30 de setembro de 2017

Arquivos Serial Killers: Louco ou Cruel e Made In Brazil – Ilana Casoy

“Explicou que quem está preso está amaldiçoado, mas que ele ainda pode até ser sento, porque Deus é santo e seus filhos também podem ser. Acha que a pessoa tem que se esforçar para escapar do inferno, ou ela vai ficar atormentada por toda a eternidade. Se sente melhor, agora que é evangélico. Comenta os brutais crimes acontecidos nos Estados Unidos (assassinatos em massa) e nos explica que, na sua visão, esse tipo de crime acontece lá porque é um país de ateus, alvo fácil para o diabo.”

Ilana Casoy

box-arquivos-serial-killers-ilana-casoy05Na quinta e derradeira parte do Setembro true crime pego um box com dois livros. Arquivos Serial Killers, na versão Louco ou Cruel e na Made in Brazil, da Ilana Casoy.

O primeiro livro eu já tinha lido nos longínquos 2009. Até reli minhas anotações e tinha gostado bastante. Com o passar do tempo, minha memória não guardou essa leitura com tantos elogios, mas mesmo assim se trata de uma obra pioneira no tema aqui no Brasil.

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Por isso, com o relançamento bem acabado, obrigatório numa prateleira como a minha, o mês do true crime exigia a releitura e também a leitura da versão dos criminosos nacionais.

Há diversas adições, como novos casos retratados e diversos recursos gráficos, que deixam tudo mais atrativo.

Quanto à versão Louco ou Cruel, faço as pazes com esse tipo de livro. Não me parece superficial ao ponto de dar palpites desconhecidos e vejo uma linguagem próxima da jornalística em vários momentos e até literária em outros. Acredito que na época da faculdade de direito eu apenas enxergava as leituras sob aquele ponto de vista. Ainda que a autora flerte em alguns momentos com teses jurídicas, não é esse o intuito da obra.

Na época em que veio ao Brasil, esse livro nos fez conhecer diversos assassinos, que hoje em dia são considerados até mesmo ídolos da cultura pop, retrato da nossa sociedade doente. Por isso, é extremamente resumido. Dá pra se aprofundar em outras obras que, desde então, foram traduzidas para o nosso idioma.

Ainda assim, há diversos critérios e classificações que os profilers do FBI fazem como ferramenta de identificação dos criminosos seriais. Até a série Criminal Minds, que nem vejo mais, utilizou muito esses termos.

Hoje, falar de serial killers é comum. Descobrem-se vários e o sadismo e violência, infelizmente chocam cada vez menos, mas essa edição definitiva é muito importante e vale a pena conhecer.

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Já na edição brasileira, a obra é diferente. Certamente o tom é mais jornalístico nas narrações, mas certamente psicológico nas entrevistas que a autora fez.

O caso mais impressionante é o do “Vampiro de Niterói”, sem a menor sombra de dúvida. Há uma entrevista feita com ele e chega a dar arrepios a forma com que ele conta sobre seus crimes e verbaliza suas taras.

Mas mesmo assim há outros casos bem fortes no livro. Me parece que nesse Ilana é mais direta nas descrições e não poupa expor as violências sofridas e cometidas. Destaco os casos de Febrônio Índio e do Monstro do Morumbi.

A passagem do crime de Chico Picadinho é bem chata e o resumo da entrevista cheio de informações pouco relevantes. Nessa parte aí me pareceu uma encheçãozinha de linguiça.

No final das contas, esse box não é uma leitura técnica, mas sim um contato do cidadão com acontecimentos aterrorizantes tanto no nosso país quanto fora dele. Cresceu novamente no meu conceito e recomendo a leitura.

FDL

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Anatomia do Crime – ID

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Seguindo ao novo vício, o canal ID, me deparei com esse programa brasileiro, que se trata de uma série de documentários sobre crimes famosos ocorridos aqui, com comentários de especialistas.

Entre os casos, estão os que mais chamaram a atenção na imprensa: Maníaco do Parque, Ives Ota, Farrah Jorge Farrah, Isabela Nardoni, entre outros.

Não consigo saber se assisti a todos porque o canal é extremamente incompleto de informações sobre guia. Sequer numeram os episódios ou colocam informações no site. Sei que vi uns 15 episódios.

Ainda assim, pouco importa, porque o programa não é bom.

Entre os especialistas há pessoas de nome no meio criminal, sobretudo de São Paulo. O problema é que claramente não há roteiro e eles falam de forma natural. Por conta disso são frequentes as enrolações, a prolixidade e até mesmo erros de português. Os vícios de fala chegam a irritar em alguns deles.

Como se não fosse o suficiente, em alguns episódios fica claro o desconhecimento dessas pessoas sobre os crimes, de tantos “provavelmente”, “geralmente” e “parece que” são utilizados.

Em poucas situações os verdadeiros participantes do caso falam alguma coisa.

Em alguns episódios, o máximo que há de material sobre o caso é alguma foto já veiculada na imprensa, que fica sendo repetida o tempo inteiro.

As discussões a respeito do direito penal, da imputabilidade, saúde mental, psicopatologias, psicopatia, atos infracionais são importantes, mas em diversos momentos tudo é falado de forma confusa e sem um norte.

Potencial de ser um bom programa havia, mas no final, parece que foi feito sem muito esmero.

Não recomendo não.

FDL

sábado, 23 de setembro de 2017

Manson – Jeff Guinn

capa_3d_manson_web“Charlie sempre aparentava ter facas à mão. Às vezes ele levava Mary, Lynne e Pat para a mata e fazia com que elas se posicionassem em frente a uma árvore. Então ele dava alguns passos para trás e atirava a faca para espetá-la na árvore logo acima das cabeças delas, como algum número de circo. Isso as amedrontava, mas Charile explicou que era um meio de testar se elas realmente confiavam nele. Se elas desviassem, significava que não confiavam. Elas, então, tentavam permanecer completamente imóveis e quando faziam isso Charlie sempre lhes dizia o quanto eram maravilhosas. Aquele tipo de elogio vindo dele fazia o risco valer a pena”.

Jeff Guinn

O quarto livro do true crime foi um desafio. É bem longo e detalhado. Mas não por isso ele é ruim. Essa história tem tanto a dizer e divagar que ele ainda poderia ter o dobro de páginas e continuar se mantendo interessante.

A biografia de Manson lançada recentemente, escrita pelo jornalista Jeff Guinn não é o primeiro livro a tratar do caso. O primeiro chama-se Helter Skelter, de Vincent Bugliosi, promotor do caso. Deste livro também saiu o filme de 2004 e um dos anos 70.

Esse outro livro é esgotado no Brasil há muitos anos e não encontrei. Por isso mesmo, não revi o filme de 2004, que lembro ter gostado muito na época. Essa história ainda tem coisa para render. Mas ressalto que Helter Skelter trata apenas de uma fase: os crimes ocorridos que levaram à prisão de Manson e seus seguidores. Já esse é uma biografia do homem.

Manson, de Jeff Guinn acaba sendo complexo porque para entender essa pessoa e sua personalidade, foi necessário inserir o leitor no contexto cultural do mundo naquela época, sobretudo os anos 60.

Por isso, muito se fala do cenário musical do tempo, do movimento hippie, da política, da segregação, enfim, é também de algum modo uma aula de história.

Eu já conhecia um pouco da história de Manson, porque o nome dele sempre aparece nas listas dos mais terríveis serial killers conhecidos. Além disso, já tinha visto o filme Helter Skelter em 2004. Mas nada me preparou para essa leitura, que está certamente entre as melhores desse ano.

Impossível resumir a história de Charles Manson e de seus seguidores, tampouco compreender o porquê de tudo ter acontecido. Há momentos em que parece trata-se de ficção, tamanho absurdo que foi o ocorrido.

A história desse homem e de seus atos cruéis é cheia de violência física e psicológica, além de uma personalidade extremamente genial e poderosa, infelizmente para o mal.

O poder de manipulação de Charles, além do que ele foi capaz de fazer e mandar fazerem por ele em alguns momentos me impressionou. Não é uma leitura fácil o tempo inteiro, muito menos confortável. Mas é de um aprendizado sobre o homem e o mundo muito importante.

Agora fico na expectativa de ler Helter Skelter, que todos dizem ser ainda melhor.

Recomendado.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Documentários: Caso O.J. Simpson: A Prova Esquecida e O.J.: Made In America

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Consegui terminar agora de ver os documentários sobre o caso O.J. Simpson. Depois do livro lido em setembro no true crime, as séries reais pareciam cheias de repetições, mas foram importantes, porque depois do seriado, foi bom ver as caras das pessoas.

O documentário O.J.: Made In America, da ESPN, é bem longo e cheio de detalhes e entrevistas. Em vários episódios pouco se fala sobre o caso. A ideia dessa produção é compreender o caso que parou os EUA, sob o aspecto de que país era os EUA naquela situação.

É notório que o crime envolvia uma celebridade, mas também um negro. O julgamento envolveu diretamente as situações de crises raciais nos EUA, sobretudo em uma época em que havia várias denúncias de violência policial no estado de Los Angeles.

Então, o documentário mostra tanto a vida de O.J. Simpson quando jovem, quanto, concomitantemente, explora a sociedade americana com relação ao racismo e segregação.

Isso é muito bom, principalmente por conta do fato de que O.J. Simpson não se considerava negro, ou “apenas” negro, ele tinha o ego tão inflado, que se sentia acima de todos, até de seus iguais. Porém, seu sentimento de onipotência o fez cometer um duplo homicídio e, ironicamente, ele precisou se vitimizar com relação ao racismo para escapar da punição. Só que era essa mesma raça que ele desprezou durante toda a vida.

O documentário é complexo e isso ocorre porque a situação era complexa também. Somente compreendendo o que foi a segregação e o que foi a violência policial, entende-se o panorama daquele circo judicial e o veredito.

Há diversos relatos e depoimentos, de pessoas envolvidas no caso, como advogados, promotores, testemunhas, enfim, esse documentário é uma extensão do livro que li no mês passado e certamente foi merecedor do Oscar recebido.

Recomendo muito.ojsimpson prova esquecida

Depois, com a boa experiência no documentário sobre Casey Anthony no Discovery ID, resolvi assistir a um documentário em episódios que eles passaram também: “Caso O.J. Simpson: A Prova Esquecida”.

Nesse caso, esse documentário já foi bem ruim. Ele reuniu policiais e investigadores que teriam uma outra teoria sobre o crime, no qual O.J. é inocente ou não agiu sozinho, porque o culpado na verdade poderia ter sido seu filho, que é bem problemático.

As hipóteses até fazem algum sentido em dados momentos, mas a teoria é tão esdrúxula que fica complicado levar a sério, sobretudo com as falsas interações entre os participantes.

Me pareceu bem mais uma ideia oportunista de explorar o caso outra vez. Não recomendo não.

Parece que os documentários criminais viraram uma realidade na minha vida.

FDL

sábado, 16 de setembro de 2017

Indefensável – O Goleiro Bruno e a História da Morte de Eliza Samudio – Paulo Carvalho, Leslie Leitão e Paula Sarapu

“O vestidinho, de botão e saia rodada, realçava a barriga de cinvo meses e lhe destacava os seios já cheios de leite. Seu semblante, no entanto, era o de uma menina assustada. Quem a conhecesse, diante daquela figura, se espantaria; ao contrário do visual com que habitualmente se apresentava, ali se via alguém desleixado, de cabelo desgrenhado. Tinha olheiras profundas, mas sequer recorrera à maquiagem – trunfo de qualquer mulher minimamente vaidosa. Do que se podia depreender apenas da fisionomia, era certo: Eliza tivera uma madrugada de terror.”

Paulo Carvalho, Leslie Leitão e Paula Sarapu

indefensávelPara a terceira parte dos crimes reais em setembro escolhi esse livro que estava aqui na estante há alguns anos já. Eu comprei na época do frenesi desse caso e achei que seria um livro oportunista, acabei perdendo o interesse. Peguei pela promoção mesmo. Somos vítimas do consumismo às vezes. Que seja com livros, pelo menos.

O negócio é que fiquei surpreso com esse livro. Ele tem um tom bem jornalístico. Depois verifiquei que os autores acompanharam o caso de perto, em várias publicações diferentes.

Indefensável conta o caso de Eliza Samudio, assassinada pelo amante Bruno, famoso goleiro brasileiro, que estava no auge de sua carreira, vislumbrando, inclusive uma vaga na seleção de futebol.

Esse caso foi excessivamente tratado pela mídia, tanto no começo, com o “desaparecimento” da “modelo”, quanto depois, nos julgamentos.

O livro é bem detalhista e achei a experiência válida não só pelo aspecto investigativo e narrativo da coisa toda. Os autores foram além e mostraram não só o ambiente do crime, mas também um panorama de como funcionam os bastidores dos grandes times de futebol, com atletas cheios de dinheiro, status, poder e blindados em seus mundinhos. Tudo isso sem preparo anterior, pois muitos vêm de famílias humildes. Logo, a sensação de onipotência e eternidade são muito perigosas na vida dessas pessoas.

Vários jogadores de futebol são mencionados na obra e fica evidente como o clima, pelo menos naquele time e naquela época, era tóxico e bem pouco próximo da filosofia esportiva.

Tenho que ressaltar também a importância de um caso como esse ter recebido atenção, mesmo que tenha sido apenas pela fama do criminoso. Isso porque a violência contra a mulher tem sido esquecida ou minimizada em atenção nos últimos tempos. Esse crime é, acima de tudo, um crime de violência contra a mulher.

No final, a leitura é rápida e o livro é apenas aparentemente curto. Até que tem bastante conteúdo.

Valeu a pena a leitura, que foi uma boa surpresa. Não tem nada de sensacional, mas me parece um relato honesto dos fatos.

Recomendo,

FDL

domingo, 10 de setembro de 2017

Casey Anthony – A Mãe Mais Odiada da América

Casey Anthony ID

Seguindo no setembro True Crime, resolvi ceder às facilidades da televisão on demand e assisti a esse documentário em três episódios do canal ID, da Discovery.

Essa história é realmente horrível. Casey Anthony tinha em torno de 20 anos quando foi acusada de matar a própria filha, Caylee, de apenas 02 anos, quando foi encontrada uma ossada perto da residência das duas.

Muito embora Casey sempre tenha alegado inocência, sua sequência de mentiras e seu comportamento bizarro sempre indicavam que ela não era verdadeira. Além disso, demonstrava pouca emoção com relação à perda da filha.

O mais bizarro é que o desaparecimento da criança só foi notificado à polícia 30 dias após ocorrido. Para piorar, antes de Caylee ser encontrada, Casey dizia que ela estava com uma babá que não existia.

Como depois do desaparecimento da criança Caylee esteve em festas, fez tatuagem celebrando a vida e não demonstrou o mínimo sofrimento, entendeu-se que ela matou a filha para poder viver uma vida livre das obrigações de mãe. Discutia-se se ela dopou a menina demais e ela acabou morrendo ou se ela de fato foi e matou a filha com toda a intenção.

De todo modo isso não importou, porque em um julgamento cheio de manipulações por parte de sua defesa pouco ética e com base em diversos boatos espalhados, Casey acabou absolvida, ainda que tenha passado alguns anos presa.

O documentário do ID tem depoimentos dos pais de Casey, que realmente cuidavam da neta. A vida dos dois foi destruída, sobretudo com as acusações feitas no julgamento. Amor incondicional de pai e mãe é testemunhado na vida real nesse caso. Sobretudo com relação à mãe, que mente em plenário, tentando proteger a filha.

O comportamento de Casey realmente é estranho, não que exista um protocolo de sentimentos nos casos de perda, mas ela parece absurdamente fria e controladora, sem esboçar o mínimo traço de sofrimento pela filha, mas pela possibilidade de ficar presa.

Ainda que seja função dos jurados e juízes observar os casos apenas fixados aos fatos e não nas pessoas, o telespectador não pode deixar de notar a absurda postura de Casey.

Se foi ela? Provavelmente, mas no sistema jurídico não é muito bem isso que importa na prática. A verdade é que a menina de dois anos foi brutalmente assassinada.

Esse caso é bem perturbador e quem puder, tiver interesse em true crime, deve assistir. São três episódios muito bem feitos.

Agora, acabei fixando no canal ID de novo. Vários documentários bons nesse canal.

Depois disso, acabei descobrindo que houve um filme sobre esse caso. É do Lifetime, especialista em filmes diretamente para a televisão. Deu trabalho de achar, tive que desenferrujar cérebro e ouvidos para prescindir das legendas, mas no final deu tudo certo, porém, antes não tivesse dado.

WATCH-Lifetimes-Prosecuting-Casey-Anthony-trailerFilme: O Julgamento de Casey Anthony (Prosecuting Casey Anthony)
Nota: 5
Elenco: Rob Lowe, Elizabeth Mitchell
Ano: 2013
Direção: Peter Werner

Apenas acho que não é só porque um filme é feito para a televisão, que ele deve ser tão preguiçoso e mal feito.

Os atores são bons, até gosto deles e, por isso, acabei insistindo em achar esse filme. Mas quando tudo é ruim, nem atores experientes conseguem salvar.

De fato a história contada é a do julgamento de Casey Anthony, com uma atriz, aliás, bem parecida com a verdadeira, diga-se de passagem. Porém, o viés é da promotoria. Os dois atores são promotores de justiça no caso, acusando a ré do crime de matar a própria filha.

Acontece que o enredo não flui de forma agradável, as emoções não convencem e há muito mambo jambo jurídico e pouca informação sobre o crime real, que interessou as pessoas.

Falta tudo, mas acima de qualquer coisa, um bom roteiro.

Não recomendo de jeito nenhum. Me pareceu apenas uma tentativa oportunista de aproveitar o embalo da repercussão do filme e ganhar uma grana.

Péssimo.

FDL

sábado, 9 de setembro de 2017

Casos de Família – Ilana Casoy

“Podval então questiona Renata se não lhe parece estranho que pai, mãe ou madrasta possa matar um filho ou enteado. Calmamente, a delegada responde que não, que para ela é comum; já havia trabalhado em um caso em que o pai pisoteou o filho até mata-lo, depois esquartejou e jogou o corpo em um lixão. Sua fala causa um murmúrio de espanto na plateia, mas a testemunha continua, dizendo que estranha mais um assalto em que não há roubo do que um pai que mata uma filha”
Ilana Casoy

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Esse livro da Ilana Casoy foi lançado pela Darkside há pouco tempo. Ele é a reunião de dois outros livros dela que eu já havia lido: A Prova é a Testemunha e O Quinto Mandamento, que tratam dos casos do assassinato de Isabela Nardoni e dos Richthofen, respectivamente.

Além de um acabamento melhor, com arte impecável, sendo obrigatória numa estante que tem true crime, essa edição, Casos de Família, tem várias adições.

A primeira é a reprodução das anotações à mão mesmo de Casoy, feitas no julgamento ou na reconstituição dos casos. São observações da autora, antes de edição e muita reflexão. É bem interessante notar as impressões da autora conforme os fatos eram expostos a ela.

Também há no livro documentos oficiais, que são facilmente encontrados pelo Google, mas compõem a obra, deixando o conhecimento mais completo. Há denúncias, debates em júri, sentenças e outras peças jurídicas.

Fora isso, trata-se de uma releitura. Gosto da habilidade de Ilana Casoy como escritora. Ela narra bem os fatos, independente de não ser da área do direito.

Vale a pena essa edição.

Concluída a parte 2 do setembro true crime.

FDL

domingo, 3 de setembro de 2017

Viagem das Loucas

snatchedFilme: Viagem das Loucas (Snatched)
Nota: 8
Elenco: Amy Schumer, Goldie Hawn, Wanda Sykes, Joan Cusack, Ike Barinholtz
Ano: 2017
Direção: Jonathan Levine

Gosto muito dessa atriz que quando vi o trailer achei que seria uma boa opção de diversão, porque foi muito engraçado o filme dela Descompensada.

Também deu certo.

É completamente sem noção, mas no bom sentido que uma comédia bem escrachada tem que ser.

É muito boa a sintonia da Amy Schumer com a Goldie Hawn, que estava sumida do cinema há um bom tempo. Os coadjuvantes, sobretudo a Wanda Sykes, também são bons. Gosto dela desde a época de The New Adventures of Old Christine.

Tem muitas cenas absurdas, nojentas e de gosto questionáveis. Mas todo mundo tem um dia de vontade de rir dessas coisas, não é? Vale muito.

O humor da Amy é bem particular e costuma dar certo. Não sei se vou lembrar desse filme por muito tempo, mas certamente no dia que eu vi não me senti decepcionado.

FDL

sábado, 2 de setembro de 2017

O Povo Contra O.J. Simpson – Jeffrey Toobin

“Seu nome nunca fora sequer citado no Los Angeles Times, mas, como suas ações demonstravam, já tinha desenvolvido certo interesse – e algum conhecimento prático – sobre o modus operandi da imprensa, como muitos de seus colegas. Mais que qualquer outra força policial do país, a polícia de Los Angeles nutria há décadas uma estranha e complexa relação simbiótica com os meios de comunicação”

Jeffrey Toobin

oj-simpson-capa-livro-3d-final-831x1024Esse foi o primeiro livro agora do mês de setembro em True Crime. Gosto desses desafios temáticos.

O Povo Contra O. J. Simpson já estava na prateleira há mais de um ano, porque foi lançado na mesma época da minissérie que já comentei. Só agora, depois de passar aquele intensivão eu resolvi ler. Não me arrependi.

O livro é grande, muito grande. Levei muito mais tempo do que esperava para ler. Além disso, ele é muito detalhado. Algumas coisas até cansam pela meticulosidade. Mas parece ser uma edição definitiva, feita por um jornalista que não só acompanhou o caso, como teve papel de muitas vezes influenciar acontecimentos.

Esse caso do O.J. Simpson é perturbador e mostra de forma clara a doença que a sociedade americana, principalmente na California, têm com a vida das celebridades. O interesse pelo íntimo alheio é doentio, chegando ao ponto de um país inteiro acompanhar um brutal crime como se fosse um reality show.

Quanto às impressões sobre o caso, são idênticas, porque a série de Ryan Murphy é inspirada neste livro e foi bem fiel.

O acabamento da editora está impecável, com capa dura, fotos e até um marcador de páginas em formato de bola de futebol americano.

Isso me empolgou para até o final do mês assistir ao documentário vencedor do Oscar, O.J. Made in America e também a série em documentário do Discovery ID. Depois volto para falar deles.

Recomendo.

FDL