quinta-feira, 20 de julho de 2017

Sarah Silverman: A Speck of Dust

SarahSilverman_Netflix

O último stand up que apareceu da Sarah foi em 2013, na HBO, o We Are Miracles. Não sei por que eu não postei nada por aqui. Aliás, até achava que tinha postado, mas era uma época complicada.

Agora, há algumas semanas, a Netflix anunciou um novo show com ela, chamado A Speck of Dust. Então, esperei estar tranquilo e me divertir com essa mulher, que é inigualável.

O show é mais do mesmo: Sarah no palco sem figurinos e adereços, apenas com sua voz falando absurdos milimetricamente pensados, sendo extremamente debochada e engraçada, mas não sem fazer severas críticas à hipócrita sociedade elitista.

Em apresentações anteriores, Sarah falou de assuntos considerados tabus, como religião, política, aborto, racismo, estupro, enfim... Nesse ela optou por falar de: religião, política, aborto, racismo, estupro. Quem achava que o assunto dela estava esgotado se enganou. Quem achou que ela tinha atingido o ápice do politicamente incorreto se enganou novamente.

A diferença aqui é que ela não fez as apresentações musicais, que também são muito boas. Senti falta.

Alguns exemplos de assuntos que ela explorou em forma de comédia:

Ela mencionou que sua irmã tinha uma amiga e quando a foi cumprimentar, estendeu a mão, mas a mulher tinha ganchos no lugar da mão, que ela fingiu não notar e sacudiu como se nada tivesse acontecido.

Ela escrotiza geral dizendo que os padrões de beleza que a sociedade impõe são impossíveis e já começam na infância, dando Barbies para as crianças. Sorte a dela ter os lábios da Angelina Jolie, pelo menos dentro da calcinha.

Sarah passou por uma fase muito dedicada à política, sendo uma dura crítica de Donald Trump. Eu imaginava que não seria um show no estilo que eu gosto, pois poderia falar apenas desses assuntos. Ao contrário, eles foram tocados de forma bem sutil, deixando tudo muito interessante.

Uma das passagens mais marcantes, que me deixou com aquele sorrisinho de canto ao notar a ironia ocorreu quando Sarah mencionou em uma outra piada situações delicadas de violência ocorrida nos ambientes familiares no passado. Ela faz um parênteses e diz “when America was great...”

Gostei ainda mais disso porque é uma sensação que eu tenho sempre quando vejo pessoas conservadoras argumentando. O mundo não era maravilhoso no passado e não está nada bom agora. As novas gerações precisam mudar algo, porque não está tudo bem.

Ela podia estar sempre na televisão, no cinema, na internet. Mas talvez seja bom assim, porque sempre dá um ânimo ver Sarah Silverman fazer comédia pesada sem sentir a necessidade de ofender ninguém.

Não é para todo mundo. Não é sensível e delicado. Mas é muito verdadeiro.

FDL

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