segunda-feira, 29 de agosto de 2016

The Night Of

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A última coisa que ando querendo fazer é começar a ver séries novas. Preciso terminar as velhas e pronto.

Acontece que a HBO veio com essa proposta que não tinha como deixar pra lá. HBO-GO novamente.

A série teve 08 intensos episódios que tratavam da seguinte história:

Nasir Khan, ou “Naz” é um estudante americano de origem paquistanesa. Tem educação rígida e aparentemente é um excelente filho e aluno. Quando recebe um convite para uma festa em Manhattan, Naz toma uma atitude impulsiva e pega o taxi de seu pai escondido.

A história se desdobra com o que acontece nessa noite: Naz conhece uma mulher, tem uma intensa noite de sexo e drogas com ela e sofre um apagão. Só que quando ele desperta, a mulher está morta e ele não sabe o que aconteceu, entrando em pânico e fugindo.

The Night Of tentou cuidar de mais de um assunto ao mesmo tempo, o que faz dela uma das séries mais complexas e tensas que eu vi ultimamente.

A primeira faceta da sociedade americana é como ela vê o imigrante, sobretudo o árabe. Eles são apontados na rua, sofrem violência e são moralmente agredidos diariamente. Não podem revidar, senão terão fama de agressivos.

Isso se reflete na seletividade do sistema criminal, já que a polícia toma esse grupo como alvo. É o que acontece com Naz.

A investigação policial e o cinismo e desprezo por parte de quem trabalha na Justiça são brilhantes nessa série.

Não parando por aí, The Night Of mostrou os efeitos do aprisionamento. Naz aguardou o julgamento preso no estabelecimento prisional conhecido como Rikers. Isso o transforma completamente, já que o ser humano precisa mudar para se adaptar.

Nisso destaco o personagem Freddy, o preso que manda na cadeia. Muito bem construído ele mostra vários lados do criminoso e do prisioneiro, sobretudo o lado humano, com forças, fraquezas, maldades e virtudes, ainda que em desequilíbrio.

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Boa parte da história explora a advocacia. Primeiro com o advogado de porta de cadeia Jack Stone, muito bem interpretado pelo ator John Turturro. Mostra a insegurança de um advogado de casos pequenos que por uma coincidência acaba se deparando com um julgamento famoso. Além disso, ele sofre de uma baixa auto-estima, que se reflete na doença alérgica que ele tem.

Acho que em alguns momentos a série foca demais em Jack Stone e com cenas repetitivas, mas tá valendo. A relação paralela dele com o caso dele com o gato, por quem ele se afeiçoou, mas tinha alergia, foi muito bem feita.

Uma curiosidade é que a série foi produzida pelo falecido ator James Gandolfini, que interpretaria o advogado, mas acabou morrendo antes.

Há também a falsa advogada boazinha e a novata que se entrega demais ao caso e acaba fazendo besteira. Confesso que foi uma parte que não gostei da série.

Em primeiro lugar a advogada high profile de escritório bacanudo foi interpretada de forma meio óbvia. Estava bem claro o que aconteceria depois.

Já a personagem Chandra não fez o mínimo sentido o que aconteceu no final. O comportamento dela simplesmente mudou para ela ser arruinada e haver espaço para o Stone fazer as alegações finais.

Com o fim vimos o fim da crise de consciência do policial e da promotora, cansados e calejados com o cotidiano da profissão. Ele se aposenta e ela calça tênis. Será que a vida real é assim?

Fato é que essa temporada começou muito bem e foi decaindo conforme avançava. Não foi uma decepção, mas também não me marcou muito não.

O final agridoce era o que se esperava, até mesmo pelos efeitos permanentes que a prisão temporária deixa, aliás, alegorizados pelas tatuagens, em lugares cada vez mais expostos conforme a história passava.

De todo jeito fica a recomendação.

FDL

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Masterchef Brasil – 3ª Temporada

masterchef s3 elenco

A temporada atual do Masterchef acabou. E finalmente, porque foi a mais longa até agora. Foram 20 participante e o programa começou em março. Achei que foi coisa demais, mas tudo bem.

Mais uma vez é um excelente reality show, com boas doses de emoções e dramas, do jeito que tem de ser.

Nessa temporada começou a me incomodar o excesso de grosseria dos jurados. Gritos, “cala a boca” e coices primários são desnecessários e ofensivos a quem recebe e a quem assiste.

Essa desculpa de que “a cozinha é assim” não me convence. Cortesia e educação não possuem momento nem lugar.

Os participantes realmente eram muito bons nesse ano. Todos tinham uma cara mais de profissionais.

Outra coisa que me chamou a atenção foi o clima tenso entre os próprios concorrentes. O vencedor Leonardo foi excluído desde o começo e a postura agressiva de jogo em vários momentos foi evidente.

MasterChef s3

No final, eu torcia para a Raquel, que acabou eliminada na semi-final. Paciência. Pelo menos a Bruna não ganhou e não preciso mais ver as piadinhas sem graça dela e da Paula.

A qualidade do programa decaiu. Acontece isso com todos os realities. Os concorrentes pegam o jeito da competição e acabam perdendo a naturalidade para que gostem deles. Acaba a sinceridade e a naturalidade. Os poucos que são originais acabam se dando bem. É o caso do Fernando, que era atrapalhado e não tão talentoso, mas o pessoal gostava dele.

Até a próxima edição, só de profissionais, que começa logo no final do ano.

FDL

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Social Killers – Amigos Virtuais, Assassinos Reais – RJ Parker, JJ Slate

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“Há quem passe a vida inteira na internet. São pessoas que se entregam de tal forma à vida virtual que já não conseguem distinguir o que é real do que não é. Geralmente carecem de habilidades sociais e gostam de se esconder atrás do anonimato na internet. Algumas se tornam até um perigo para aqueles que não têm o cuidado de resguardar suas informações pessoais. Quando se rompe a linha entre a realidade e a fantasia, ninguém sabe o que pode acontecer.

David Heiss foi criado pela avó e pela tia em uma casa em Dauborn, na região centro-oeste da Alemanha. Seus pais se divorciaram quando ele tinha 6 anos. Ele raramente via a mãe, que trabalhava como enfermeira e morava com a filha em Limburg, a 15 quilômetros de Dauborn. Com o pai tinha ainda menos contato. Ele havia morado na casa da família por cerca de dois anos. David era muito apegado aos avós. Ficou arrasado com a morte do avô e quando a avó adoeceu sua tristeza apenas se intensificou.

...

Em sua página no Facebook, David apontava Fausto, personagem principal da clássica lenda alemã, como seu personagem favorito. Segundo a história, Fausto era um homem extremamente bem-sucedido, porém insatisfeito com a própria vida, motivo que o levou a fazer um pacto com o diabo. David se declarava solteiro e politicamente liberal. Entre suas bandas favoritas estavam Metallica, Queen e Foo Fighters; alguns de seus filmes prediletos eram Pulp Fiction e Star Wars; por fim, interessava-se principalmente por futebol, xadrez, videogames e navegar na internet.

Quando não estava no trabalho, David estava na internet, navegando pelo mundo dos jogos on-line. Passava muitas horas em fóruns conversando com pessoas que tinham os mesmos interesses em jogos, especialmente os de estratégia. No entanto, David tinha um pouco de inveja dessas pessoas, pois, ao contrário dele, muitas tinham condições de cursar uma faculdade”

RJ Parker, JJ Slate

Na data de lançamento esse livro já me chamou a atenção. Sempre gostei de estudar a dinâmica dos crimes violentos e sobretudo as motivações e os meios em que acontecem.

Esse livro aproveita a internet para unir as duas coisas, sobretudo as redes sociais, como Myspace, Facebook, Twitter e o famoso site de classificados americano Craigslist.

Social Killers é um compilado de sintéticos relatos de casos de crimes violentos cometidos por pessoas que passavam boa parte de suas vidas em redes sociais ou percebiam a inocência de quem as usava, para dar o bote.

Há vários casos de pessoas com perturbações psiquiátricas que não aceitavam a realidade e construíam um mundo para si na internet. O problema ocorre quando há o choque desse universo com o real.

Gostei de não haver muita enrolação e apresentarem-se dados apenas. Não há dramatização ou ficção.

O livro é cheio de imagens, páginas decorativas e artes. Isso é evidentemente para disfarçar o fato de que há muito pouco conteúdo. Sem essas coisas seria bem pequeno. Só que eu acho válido, porque a parte visual também é um atrativo para o livro.

Há bastantes indicativos de que haverá uma continuação ou algo do tipo. Se tiver eu compro, porque gostei desse.

Vale a pena pela parte informativa.

FDL