quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Love – 1ª Temporada

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Sexta-feira agora o Netflix lançou inteira a temporada dessa série de comédia romântica com estilo mais realista. Algo que está bastante na moda atualmente.

Gostei bastante da série e acabei vendo tudo no mesmo dia. É curta, com 10 episódios de mais ou menos 30 a 40 minutos.

Os protagonistas desajustados são o grande charme de Love. Ele, Gus, é um nerd feio que se esforça demais pra agradar os outros. Ela, Mickey, é uma mulher que tem problemas com impulsos e vícios.

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O fato é que ambos lidam com a solidão e acabam se esbarrando e, de uma forma torta, mas sincera, se apaixonam.

O texto é excelente, a trilha sonora também. As reviravoltas fazem parte dos seriados, mas não estragam a experiência.

Diversas cenas foram bem pensadas e cuidadas com criatividade. Foi uma série que fugiu da preguiça e do senso comum. Gosto disso.

Já está renovada e no ano que vem chega a 2ª temporada. Vou assistir e recomendo.

FDL

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Making a Murderer

Making a Murderer 1A moda de documentar crimes reais realmente está bem forte nos EUA. Já comentei o podcast Serial e o especial da HBO The Jinx.

Agora foi a vez do Netflix entrar na bagaça.

O que é contado nesse documentário de 10 episódios é absurdo. Faz com que nós percamos a fé no ser humano (os que ainda tinham alguma).

Making a Murderer conta a história de Steven Avery. Após ter passado 18 anos preso por um crime que não cometeu, ele consegue a liberdade por conta de um exame de DNA que prova sua inocência. A história vira notícia e, quando está prestes a ganhar uma gigantesca indenização pelo Estado, Avery se torna o principal suspeito do assassinato da fotógrafa e jornalista Teresa Halbach.

É uma história de crime muito diferente. Porque sempre há um foco. Geralmente as atenções são voltadas para o criminoso, ou para a vítima e, em alguns casos, os advogados. Em Making a Murderer não, o protagonista é o Estado.

Steven Avery ficou anos preso por estupro e conseguiu provar sua inocência graças a uma prova de DNA. Já começa aí a prova de que o Estado passou por cima dele tanto com acusações sabidamente improcedentes quanto com impossibilidade de defesa.

Diante da vergonha para o Estado de um processo que indenizaria Steven, ele é preso, dessa vez acusado de homicídio. Parece conveniente. Ainda mais por terem sido os mesmos policiais.

O ponto é: um lado acusa o Estado de armar o caso para não ter a imagem abalada pelo erro judicial anterior. O outro lado diz que Steven nunca foi santo e talvez a cadeia tenha mexido com a cabeça dele, mas que era um assassino.

Making a Murderer 2

Esse documentário é um emaranhado de contradições, coincidências bizarras, maus policiais, famílias desestruturadas, enfim... cada um chega a uma conclusão sobre a culpa de Steven.

A minha conclusão é não saber, porque o Estado montou um caso extremamente falho e conduziu as investigações com clara perseguição. O intuito era punir Steven, não saber a verdade sobre Teresa. Isso também não quer dizer que ele não fez...

Nem vou falar daquele promotor, mais desqualificado do que qualquer outra coisa (e de voz irritante).

Gosto muito de ver trabalhos assim saindo. Retira muito o glamour que as pessoas pensam haver na justiça criminal, mesmo a norte-americana. Gosto também de quem tem coragem de questionar as instituições. Elas têm suas funções, mas são operadas por seres humanos e podem sim sair da curva.

O documentário é bem longo e cheio de detalhes, porque foi filmado praticamente tudo nos julgamentos e provas que aconteceram. O caso já era muito famoso nos EUA. Por isso, em alguns momentos é cansativo e repetitivo.

Mesmo assim eu recomendo a quem gostaria de conhecer um pouco mais da justiça criminal.

Só um detalhe final: eu ainda tenho nojo e decepção do que foi aquele interrogatório seguido de confissão de Brendan Dassey, aquele teste ao qual foi submetido também. Aceitar aquilo como prova é o retrato do cinismo de um sistema ou falho ou construído pra se livrar de quem incomoda.

FDL

domingo, 21 de fevereiro de 2016

O Homem Irracional

o homem irracionalFilme: O Homem Irracional ( Irrational Man )
Nota: 9
Elenco: Joaquin Phoenix, Emma Stone, Parker Posey
Ano: 2015
Direção: Woody Allen

 

 

 

 

 

Woody Allen segue sua tradição de lançar um filme por ano. Dessa vez fez repeteco com a estrela principal, Emma Stone. Não reclamo, porque ela é uma das melhores da geração dela.

O Homem Irracional é um filme que dividiu várias opiniões. O fato é que tem muita gente dizendo que o tempo bom do diretor já passou, que ele devia parar de lançar filmes com essa frequência alta porque está claramente com pouca inspiração.

Não concordo e achei O Homem Irracional um excelente filme. Eis os motivos.

As referências e as repetições são claras e evidentes. Mas eu não vejo isso como uma falta de inspiração e sim como uma tradição de um criador de arte que tem seu próprio estilo.

Woody Allen já falou várias vezes sobre a relação moral de culpa sobre quem comete um homicídio. Mesmo conhecendo só uma fração, sobretudo mais atual, da obra dele, já o vi tratar outras duas vezes do tema. E também havia referência a Dostoievski.

Claro que a relação de mestre e protegido lembra Tudo Pode Dar Certo e claro que o plano deliberado de morte lembra O Sonho de Cassandra ou Match Point. Mas são filmes diferentes, com personagens construídos de formas diversas e divergem completamente no desfecho.

Aliás, o desfecho desse filme, altamente irônico, revela a genialidade de Woody Allen: justamente a lanterna, a luz, mata o mestre.

Há diversas referências a filósofos e meu conhecimento de filosofia é bem limitado. Mas mesmo assim nós tiramos boas experiências do filme, não lições, até porque o próprio Woody Allen diria que se tem nada pra aprender mesmo.

Mal vejo a hora de assistir ao próximo filme de Woody Allen, seja um romance de pessoas desajustadas, seja uma mistura do onírico com o telúrico, seja como hoje foi, uma experiência sobre a moral e a violência do homem.

Até o filme menos original dele é melhor que muita coisa por aí.

FDL

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Elephant Song

elephant songFilme: Elephant Song
Nota: 8
Elenco: Xavier Dolan, Carrie-Anne Moss, Catherine Keener
Ano: 2014
Direção: Charles Binamé

 

 

 

 

Por vários motivos esse filme chamou a minha atenção. O primeiro deles e mais importante era a presença do Xavier Dolan, que é muito elogiado tanto como ator como diretor (embora dessa vez ele apenas atue). O segundo deles é a presença da atriz Catherine Keener, cuja atuação para mim é tão marcante que eu nunca vou esquecer de Um Crime Americano.

Trata-se de um suspense, coisa que eu não sabia e só serviu pra melhorar. Mas é um suspense completamente fundado no drama e no impacto da influência familiar nas doenças psiquiátricas.

É um bom filme, só que achei a atuação do Xavier Dolan um pouco exagerada, sobretudo no começo. O diálogo forçadamente carregado ficava evidente que era alguém reproduzindo um roteiro. Faltou verossimilhança.

Às vezes é um texto com muita verborragia, às vezes é um diretor ruim, às vezes é um ator fora do tom, mas faltou algo.

A história do filme é interessante e eu fiquei surpreso com o final. Gosto também de mostrar o lado desafiador de lidar com quem tem problemas mentais: somos humanos também e às vezes podemos nos levar pelas emoções que essas pessoas podem causar.

Ainda assim, são opiniões de impressão, nada que possa atestar uma qualidade do filme. Continuo recomendando, porque ainda é uma experiência muito válida.

FDL

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

007 Contra Spectre

007-spectreFilme: 007 Contra Spectre ( Spectre )
Nota: 7,5
Elenco: Daniel Craig, Christoph Waltz, Ralph Fiennes, Monica Bellucci
Ano: 2015
Direção: Sam Mendes

 

 

 

 

Com os filmes do 007 sempre acontece uma situação intercalada. Se um filme é bom, o seguinte é ruim.

Por isso, minhas expectativas com Spectre não era das maiores. Isso porque Skyfall já foi o melhor que poderia ser. A parte boa do 007 já ficou lá nos anos 90 e começo de 2000. Eu até gosto do Daniel Craig, mas não é mais a mesma coisa.

Levando tudo isso em consideração, assisti a esse filme de forma despretensiosa. Acabei me surpreendendo porque foi melhor que eu esperava. Skyfall foi melhor, mas Spectre fez um bom trabalho.

Partes ruins: se teve todo esse clima de despedida, deveriam ter deixado a Judy Dench. Matava ela nesse, ué! Uma atriz como ela deveria ter sido aproveitada por todos os filmes enquanto se pudesse. Além disso, a música do Sam Smith foi terrivelmente chata. Nem comparação com Adele no anterior, que até Oscar ganhou.

Os pontos bons é que o vilão foi menos caricato e com uma personalidade melhor desenvolvida. Não dá pra deixar de notar que esse filme atava pontas e ligava os anteriores dessa nova geração.

No final foi um bom filme, com cenas de ação, a musiquinha clássica, enfim, tudo que se tem direito num filme do 007.

A discussão sobre o fim do programa 00 no filme é certamente um paralelo que se faz a ainda produzirem filmes do James Bond. Parece que o pessoal não tá disposto a desistir.

FDL

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

And Then There Were None

AndThenThereWereNone1

Os britânicos nos deram um grande presente no final de 2015. Em meio a vários especiais que homenagearam livros de Agatha Christie, foi produzido um especial em 03 episódios da grande obra-prima da autora: And Then There Were None, conhecido no Brasil como a tradução do nome original: O Caso dos Dez Negrinhos.

É certamente meu livro preferido. Não foi o primeiro da Agatha Christie que eu li, mas foi o que mais me prendeu nesse estilo de literatura misteriosa e sombria.

Quando eu revisito essas obras, seja em filmes, seja lendo de novo, seja nas mais estranhas formas de adaptação por inspiração já feitas, eu vejo a formação do meu gosto e personalidade artísticos. Isso sempre só se reforça.

AndThenThereWereNone2A minissérie seguiu quase que à risca a obra de Agatha Christie. Somente por razões, eu diria, dramáticas, o final foi contado de forma diferente.

Eu já escrevi por aqui antes e sempre falo que não gosto de muitas liberdades artísticas em adaptações audiovisuais no geral. Acredito que se o roteiro for inspirado em um livro, que respeite a integridade artística tanto da obra quanto do autor. Se for pra ser original, que escreva algo original.

No entanto, acho que a medida adotada no seriado foi escusável, porque deu realmente um aspecto de grande final ao especial e ampliou mais o motivo que gera toda a história: a punição pelos pecados.

AndThenThereWereNone3O aspecto da personagem Vera Claythorne não sei se ficou tão claro. Gostaria até de ler o livro novamente para lembrar exatamente a descrição dela em relação a arrependimento.

Fora isso, excelentes atores, cumprindo muito bem os estereótipos, que caem como luvas nas obras de Agatha Christie. Aliás, uma das poucas situações em que eles são válidos, porque apesar de os personagens serem rotulados como “o general”, “a condessa”, “o juiz”, “a secretária”, isso no final serve só para os igualar quando o assunto é matar ou morrer.

Pena que essa obra não fez mais barulho, porque deveria ser apreciada por mais gente. Enfim, só me resta recomendar e dizer que comecei 2016 com uma das melhores adaptações para a televisão que poderia ver na vida.

FDL

Descompensada

descompensadaFilme: Descompensada (Trainwreck)
Nota: 9
Elenco: Amy Schumer, Vanessa Bayer, Tilda Swinton, Ezra Miller, Bill Hader, LeBron James. Participações especiais de: Daniel Radcliffe, Marisa Tomei, Pete Davidson, Tim Meadows, Matthew Broderick, Leslie Jones.
Ano: 2015
Direção: Judd Apatow

 

 

 

Foi escrito pela própria Amy Schumer e como na chamada nós vemos uma tonelada de elenco do SNL, não tem como deixar de ver.

Esse filme me chamou a atenção quando vi a participação da Amy no SNL. Não a conhecia, mas gostei bastante do senso de humor dela e do estilo de piadas. Depois disso, assisti ao stand-up dela que está no HBO-GO e já estou me tornando fã e pensando em ver o seriado dela.

É um filme bem engraçado e com boas tiradas sobre o que se espera do comportamento de uma mulher hoje em dia. Ela bebe demais, transa com todo mundo, não leva nada a sério e não tem paciência para sentimentos.

Claro que como qualquer comédia romântica, tudo muda quando aparece um mocinho e ela descobre que isso tudo era apenas uma forma de se proteger de frustrações e blablabla.

O legal é que apareceu alguém capaz de fazer a gente rir. Pode ser no meio de cenas de sexo extremamente constrangedoras, mas pode ser no meio de interpretações muito boas em situações de deslocamento.

A cena em que Amy está num chá de bebê e as “amigas” resolvem contar segredos é ótima.

A presença do Bill Hader também foi muito bem escolhida. Ele foi um dos maiores destaques do SNL enquanto era do elenco e merece uma chance na carreira. Foi uma boa interpretação do médico desajeitado.

Não é nada sério, não é nada revolucionário, mas cumpre seu papel e é algo de diferente em vários aspectos, mesmo que não inove em outros.

Destaco a presença de Tilda Swinton e Ezra Miller no mesmo filme de novo. Além disso, para cenas pequenas pescaram a Leslie Jones e o Pete Davidson, novos integrantes do SNL que são muito bons.

Vale a pena num dia de querer diversão.

FDL

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Divertida Mente

divertida menteFilme: Divertida Mente (Inside Out)
Nota: 8
Elenco: Amy Poehler, Bill Hader, Mindy Kaling, Diane Lane, Kyle MacLachlan, Bobby Moynihan
Ano: 2015
Direção: Pete Docter

 

 

 

 

Finalmente um filme da Pixar que faz a gente se divertir de verdade.

Acabei assistindo dublado, mas vou ver a versão original assim que tiver um tempo. Com um elenco de vozes como esse eu não posso deixar passar.

É um filme infantil leve, didático, bem humorado e extremamente sensível, que trata sobre mudanças e como o próprio ser humano se vê.

A Pixar passava por uma fase ruim, com produções chatas e sem inspiração. Ainda bem que Divertida Mente veio para mudar isso.

Já sou fã da Tristeza.

FDL

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Em Defesa de Jacob – William Landay

Capa Em Defesa de Jacob V3 RB.ai“— Muito bem, Jacob, sua mãe tem razão. Talvez seja melhor mesmo pararmos aqui. Não quero incomodá-lo. Mas quero que reflita sobre uma coisa. Toda esta sua história pode ter parecido boa quando a contou dentro de sua cabeça, sozinho no seu quarto. Mas as coisas tendem a soar diferentes sob interrogatório. E juro a você que o que estamos fazendo aqui é moleza perto do que Neal Logiudice fará com você caso venha a depor. Eu estou do seu lado; Logiudice não. Sou também um cara legal; já Logiudice... bem, ele tem um trabalho a fazer. Agora, acho que o que está prestes a me contar é que, diante daquele corpo caído de bruços com sangue escorrendo de três ferimentos no peito, você de alguma maneira conseguiu enfiar o braço por baixo do corpo de modo que conseguisse deixar uma única impressão digital do polegar dentro do agasalho de Ben... mas, quando puxou o braço de volta, não havia nenhum vestígio de sangue nele, de forma que, quando apareceu na escola alguns minutos depois, ninguém pensou que houvesse nada de errado. Agora, se você fosse um jurado, o que pensaria desta história?”

William Landay

Já faz uns dois anos que eu vi esse livro numa livraria e me interessei muito pela sinopse.

O promotor Andy Barber é designado para investigar o assassinato do jovem Ben, de 14 anos. O que não desconfiava é que seu próprio filho, Jacob, acabaria se tornando o suspeito do crime. Além disso, o promotor Neal Logiudice vai cair matando no caso para roubar o lugar de Andy Barber como principal promotor da cidade, utilizando o julgamento como vitrine.

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O livro é cheio de nuances e detalhes. Realmente foi escrito com muito esmero e atenção. Só que é excessivamente longo e prolixo.

Há situações em que o autor se repete ou que enche páginas com informações de pouca ou nenhuma relevância.

Ainda assim, foi um bom livro de ler e o personagem Jacob é cheio de mistérios e dualidades que sempre caem bem em literatura.

A questão da hereditariedade nos instintos assassinos foi bem tratada, sobretudo sobre a nebulosidade que esse assunto tem.

O final foi muito bom, mas não é uma surpresa. O livro é todo construído para culminar em uma situação assim.

É um livro bastante violento e de uma psicologia agressiva. Gosto desse estilo.

Recomendo aos fãs do gênero.

FDL

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma

paranormal 5Filme: Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma (Paranormal Activity: Ghost Dimension)
Nota: 7
Elenco: como sempre, atores pouco conhecidos
Ano: 2015
Direção: Gregory Plotkin

 

 

 

 

A qualidade desses filmes é questionável, mas eu sempre fico com vontade de ver, tomar sustos, rir da cara das pessoas, etc.

Realmente esse filme foi mais assustador e, por ser o final, finalmente mostrou um pouco do demônio.

Aliás, como não mostrou o demônio todo, suspeito que tenha lorota por aí e logo logo a gente veja o anúncio do próximo.

Fora isso é mais do mesmo: pessoas inexplicavelmente filmando tudo o que passam em seus dias, lustres mexendo, gente assustada, a presença atravessada de um padre no meio do filme e tudo mais.

Só que dessa vez houve vários truques que me fazem dar parabéns pela criatividade do mal de quem escreveu e produziu esse filme.

No final, é apenas entretenimento vazio, que tem seu lugar e hora e fez bem seu papel.

Recomendo para quem ainda é fã do gênero.

FDL

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

A Acusada

lucia de bFilme: A Acusada (Lucia de B)
Nota: 10
Elenco: a protagonista se chama Ariane Schluter
Ano: 2014
Direção: Paula van der Oest

 

 

 

 

 

Eu gostaria de saber por que eu assisto a esse tipo de filme. A vida tá fácil demais e eu preciso dar uma reduzida na felicidade? Certamente não!

A questão é que esse tipo de história chama a nossa atenção e o tema criminal me é muito caro.

Lucia de B (me recuso a falar esse nome traduzido e equivocado) é um filme sobre erro judiciário. Só que vai muito além disso.

Lucia é uma dedicada enfermeira em um hospital respeitado na Holanda. Todavia, suspeitas começam a recair sobre ela depois que algumas crianças morreram sob seus cuidados e tanto a direção do hospital quanto policiais e promotores caem matando em cima dela.

Depois disso já sabemos o que acontece, né? Notícias na mídia, os famosos “perfis pessoais”, buscas policiais na casa, prisões processuais como antecipação de pena e muita situação obscura nas investigações.

Ariane Schluter dá o plus que esse filme precisava. Ela mostra a Lucia fria e analítica que todos criticam, as também explora com muita sensibilidade a mulher destruída por um sistema construído não para fazer justiça, mas para punir como um rolo compressor. Há muita sensibilidade latente.

Não vou falar do final, mas é impressionante. A humanidade tem várias nuances e eu gosto muito de ver um filme que sabe se aprofundar.

Só vou ressaltar que esse tipo de obra mostra que o problema prisional e criminal não é exclusivamente brasileiro, estamos falando de Europa.

Filme que vai ficar marcado na minha memória por muito tempo.

Recomendo muito.

FDL

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Amy Schumer Live at Apollo

amy schumer live

A Amy Schumer me chamou a atenção recentemente quando ela foi ao SNL. Tem todo aquele estilo de humor desmedido da Sarah Silverman, mas mais leve e menos política.

Depois disso a HBO-GO mostrou que ela tinha um stand-up disponível e resolvi ver para saber qual é a dela.

Eu ri do começo ao fim.

Vale ressaltar que o principal assunto que ela trata é sexo. Mas ela fala disso com a perspectiva de uma mulher normal falando de gente normal e problemas normais.

Essa identificação faz tudo ficar informal e extremamente engraçado.

Quando ela menciona o ator Kevin James no filme Zookeeper eu passei mal de rir. Eu vi outro dia passando num domingo na televisão e não entendi por que tinham duas gostosas doidas para dar pra ele.

Nesse stand-up ela fala sobre ter sido convidada para atuar no filme que escreveu: Descompensada. Logo depois ele foi indicado ao Globo de Ouro e eu precisei ver. Falo sobre ele no futuro.

Recomendo muito o trabalho dela e vou correr para assistir à série dela assim que tiver um tempo.

FDL

Selma: Uma Luta Pela Igualdade

selmaFilme: Selma: Uma Luta Pela Igualdade (Selma)
Nota: 8,5
Elenco: David Oyelowo, Oprah Winfrey, Giovanni Ribisi, Tim Roth, Cuba Gooding Jr., Martin Sheen
Ano: 2014
Direção: Ava DuVernay

 

 

 

 

 

Existem filmes que eu deixo pra ver depois porque preciso estar de bom humor e não quero deixar meu ânimo influenciar. Por outro lado, há aqueles vão acabar com o meu dia, certamente. É o caso de Selma.

Trata-se da história de Martin Luther King, que organiza na cidade de Selma uma passeata em busca da aprovação de uma lei que garanta o voto dos negros nos Estados Unidos.

Claro que há muita resistência e muita, muita, muita violência física e moral nesse filme.

No entanto, pelo lado do conteúdo, nós vimos muito o lado dos racistas, os argumentos que usavam, os motivos que os faziam ter tanto ódio. Isso sim é uma aula de História, porque observamos e analisamos o passado para termos preparo para o futuro. Infelizmente tudo se repete em algumas situações.

Falo isso destacando a cena extremamente bem interpretada por Tim Roth quando ele conversa com o presidente. Lá ele diz que não vai ceder na concessão dos direitos civis dos negros porque primeiro ele começa deixando votar, depois eles estão tirando tudo que é deles com o argumento da igualdade.

Esse discurso do “começa assim” é extremamente propagado hoje em dia para justificar a opressão das minorias. Infelizmente passam-se décadas e alguns discursos não mudam.

Voltando ao filme. Com relação ao racismo, já houve filmes melhores, não que Selma seja ruim. Só percebi situações arrastadas e alguns chavões em alguns momentos. Não adianta, filmes que prometem demais têm que lidar com a expectativa gerada.

Aliás, Selma é um tipo de embrião da polêmica com o Oscar de 2016 e a falta de diversidade. Já em 2015 a Academia foi duramente criticada por não indicar David Oyelowo para o prêmio de melhor ator.

Mesmo muito tempo depois, é necessário assistir a esse tipo de filme, conhecer esse tipo de história, que incomoda, irrita, revolta, acaba com o seu dia, mas de alguma forma, de deixa um ser humano melhor e mais sensível ao sofrimento alheio. O ser humano precisa se sensibilizar mais com o sofrimento do outro.

FDL