terça-feira, 27 de maio de 2014

Desumano e Degradante

“Na fria mesa de aço o menino parecia ainda menor que nos lençóis claros de seu leito de hospital. Nessa sala não havia arco-íris nem paredes ou janelas decoradas com dinossauros para alegrar o coração das crianças. Eddie Heath tinha vindo nu, com agulhas intravenosas, cateteres e curativos ainda no lugar. Pareciam tristes testemunhos do que o tinha prendido a este mundo e logo o desligara dele, como a corda de um balão que flutua ao desamparo pelo ar aberto. Durante quase uma hora documentei as lesões e as marcas da terapia, enquanto Susan tirava fotografias e atendia ao telefone.”

(Patricia Cornwell)

desumano e degradanteEsse livro é o 04 na ordem dos mistérios de Kay Scarpetta, série incrível escrita por Patricia Cornwell. Eu acabei lendo esse livro em uns 2 dias de madrugadas insones, muito por conta das impressões que o anterior tinha deixado.

Nesse livro Kay Scarpetta entra um pouco mais numa área interessante do crime, a discussão da pena de morte. Além disso, temos um serial killer e um romance 100% focado em evidências criminalísticas e computação. Considerando o ano de lançamento desse livro, 1993, podemos considera-lo muito moderno.

Destaco também a volta da personagem Lucy, sobrinha complicada de Kay, que era uma criança geniosa e genial no primeiro livro, Post Mortem, e voltou nessa obra, já como uma jovem, ainda mais geniosa e grenial.

De todo modo, foi o pior de todos que li da autora. O final foi meio corrido e confesso que ao voltar aqui para terminar de escrever esse post, já tinha esquecido de algumas coisas. Não faz 15 dias que eu li e comecei a escrever.

Há um foco um pouco maçante em questões técnicas, o que cansa um pouco em alguns momentos. Mas a história de termos Kay tentando provar sua inocência e a forma que o seu julgamento midiático aconteceu realmente é interessante.

Obviamente esse livro deixou pontas soltas, que devem ser retomadas em alguma obra futura. Certamente comentarei sobre isso em breve.

Recomendo muito! Esses livros são excelentes!

FDL

domingo, 25 de maio de 2014

Season Finale: The Big Bang Theory – 7ª Temporada

The_Big_Bang_Theory_S77 anos no ar e as pessoas se perguntam: alguém ainda assiste isso? Sim! Muita gente, inclusive eu. A série ainda é a maior audiência dos EUA.

Pode não ser mais o assunto do momento, mas certamente ainda é um sucesso e não perde o tom. Claro que há modificações ao longo do tempo, mas a série embora não saia muito do lugar em relação aos personagens, sempre se transforma.

Essa temporada, embora meio morna, continuou bem engraçada e focou em mudanças justo no personagem mais estático: Sheldon.

Me parece que ficou um preparo para um novo Sheldon na próxima temporada. Será?

Não dá pra exigir demais do cômico, mas ainda assim, às vezes me impressiono com a capacidade dessa série ainda conseguir se manter engraçada explorando o tema do universo nerd já há 7 anos.

Nessa temporada tivemos uma exploração maior da carreira de atriz da Penny (não era sem tempo), Amy avançando mais no Sheldon sem sucesso (repetido), as namoradas do Raj (parte sem graça, acho ele chato) e a relação de casados de Bernadette e Howard (a melhor parte, com certeza).

O elenco é ótimo e a série uma excelente opção de divertimento. Continua marcante e essencial.

FDL

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Season Finale: The Good Wife – 5ª Temporada

the-good-wifes5

E a melhor série do ano terminou domingo. Quando é boa, mesmo que a gente não tenha tempo, dá pra correr lá e ver sem legenda mesmo, a ansiedade é maior.

Em tempos complicados para a tv aberta americana, The Good Wife correu atrás e se manteve relevante e muito criativa, ainda que adversidades tenham acontecido no percurso.

O maior problema foi a saída do ator Josh Charles, um dos protagonistas, Will Gardner. Claro que com isso os produtores fizeram com o limão a limonada e sacudiram a série, fazendo disso a morte do personagem e muitas mudanças no desenrolar.

Além disso, com escritório próprio, Alicia se modificou e alterou suas relações com o resto do elenco.

Outro destaque novamente foi a Diane Lockhart. Essa atriz é sensacional e mal posso esperar o que vai acontecer com ela na próxima temporada.

Ansioso pela próxima temporada!

FDL

segunda-feira, 19 de maio de 2014

A Princesa de Gelo

“Na infância, elas tinham sido amigas inseparáveis, mas isso já fazia uma eternidade. Agora a mulher na banheira parecia uma estranha.

Por sorte, os olhos do cadáver estavam fechados, mas os lábios tinham uma coloração azul clara. Uma fina camada de gelo se formara ao redor do seu dorso, escondendo a parte inferior do corpo completamente. O braço direito, manchado de sangue, caía debilmente na beira da banheira, e os dedos estavam mergulhados na piscina congelada de sangue no chão. Havia uma lâmina na beira da banheira. O outro braço era visível somente do cotovela para cima, o resto estava escondido debaixo do gelo. Os joelhos também se faziam aparecer pela superfície congelada. Os longos cabelos loiros de Alex estavam espalhados como um leque numa extremidade da banheira e pareciam frágeis, congelados no frio.”

Camilla Läckberg

a_princesa_de_geloDepois da moda de suspenses escandinavos, com Jo Nesbø, Lars Kepler, Stieg Larsson e outros, sempre me aparecia a sugestão de Camilla Läckberg, chamada pelos especialistas de a “Agatha Christie que vem do frio”.

Essas comparações tendem a ser infelizes e nesse caso é. Se o apelido se refere ao fato de ambas serem bem sucedidas autoras de livros com crimes, ok, são. Param por aí. Nem as técnicas nem o tipo de narrativa se assemelham.

Camilla Läckberg apareceu na minha vida para ser um novo vício. Tive que comprar esse primeiro livro em papel, por não encontrar versão digital. Já li faz uns meses, mas só agora tive inspiração para escrever, já que numa obra como essa, devemos estar bem para comentar.

Por mim, lia todos os livros dela de uma vez, mas tenho outros livros na fila também, não posso me empolgar assim. Todavia, enquanto escrevo esse post já estou na metade do segundo livro da autora.

A Princesa de Gelo – Isprinsessan é o primeiro livro de uma série que conta a história de Erica Falck, uma escritora de biografias que faz certo sucesso na cidade grande, mas após a morte deus pais retorna à pequena a interessante cidade de Fjällbacka, onde se envolve com uma misteriosa morte, de uma amiga sua de infância, que acaba sendo o gatilho para a descoberta de muitas histórias encobertas.

A narrativa da Camilla é uma das melhores em muito tempo. É cheia de conflitos interiores e tem bons coadjuvantes. Foge do estereótipo do investigador problemático e traz uma mulher moderna que investiga, escreve e ainda sonha em formar uma família.

O final foi excelente e embora desconfiasse de alguns pontos, não consegui saber de tudo. Achei excelente.

Logo depois, procurei assistir ao filme, que nem farei post completo. Foi péssimo, com atores estranhos e interpretando mal. Houve uma série de filmes suecos inspirados na obra de Camilla Läckberg, mas com outro elenco.

O filme nem vale a pena, porque é muito fraco (podiam escolher um elenco menos feio também).

Camilla Läckberg já virou um vício. Recomendo demais os livros dela.

FDL

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Season Finale: Broadchurch – 1ª Temporada

BroadchurchCartazDepois de ver muitos elogios, resolvi me render e dar uma chance a mais essa produção britânica, que foi muito bem recebida pela crítica especializada.

Assistindo, não fica muito claro se estamos diante de uma série ou minissérie. São oito episódios, completamente amarrados e com a história completamente concluída no final. Sem ganchos e apelações para ganhar o público na curiosidade.

Aliás, esse é o grande trunfo das séries de suspense/mistério europeias. Eles sabem a hora de parar.

O elenco tem David Tennant (Doutor Who, também falei dele na minissérie The Escape Artist) e Olivia Colman (a esposa do vicar em Rev.).

Sei que muitos me xingariam, mas não sou fã desse ator. Não entendo as caretas e os gritos que ele dá de repente. Às vezes parece que ele está meio travado na atuação e às vezes exagerado. No entanto, esteve melhor nesse papel do que em The Escape Artist. Esse detetive, embora caia ainda no eterno chavão de investigador genial com problemas de saúde e familiares, é um pouco melhor construído.

O destaque para mim mesmo é a Olivia Colman, que fez uma perfeita detetive Ellie Miller, com a atuação no ponto, mesclando a dureza e seriedade policial com a bondade e confiança da mãe de família da cidade litorânea, não acostumada com a violência.

Eis a sinopse:

“Trata-se de um drama vivido por uma família que mora na pequena cidade de Broadchurch, onde o corpo do jovem Danny Price é encontrado. Chamando a atenção da imprensa nacional, o caso se torna cada vez mais complicado para a polícia local solucionar. Assim, ele é entregue ao detetive Alex Hardy (Tennant), que assume o cargo que deveria ter sido entregue à detetive Ellie Miller (Colman). Enquanto a polícia investiga o caso, a família do garoto tenta lidar com sua perda. Abalados, os pais da vítima, Beth e Mark Price (Jodie Whittaker, de Marchlands, e Andrew Buchan, de Garrow’s Law), bem como Lara, a filha do casal, e Liz (Susan Brown, de Game of Thrones e Torchwood), a mãe de Beth, tentam encontrar uma forma de se relacionar com os membros da comunidade, os amigos, os vizinhos e com a igreja, bem como com a polícia e a mídia.”


Algumas pessoas reclamam de ter sido parecida com The Killing/Forbrydelsen. Só assisti a um pouco da versão americana (a original está no hd esperando a sua vez) e tem algumas semelhanças, mas nada demais. Acho que foi inspirada livremente nessa série.

Os 8 episódios são muito bem encaixados e evoluem muito bem. São viciantes. Tenha certeza de ter tempo livre ao começar a ver Broadchurch, porque certamente vai fazer maratona.

O visual também é impecável, com as praias frias inglesas, as falésias e a cidade pequena.

O clima de mistério é naquele que todos gostam – todos escondem algo e parecem ter alguma relação com o crime.

Preciso destacar a parte da história que trata de Jack Marshall - o ator é o mesmo que fez Argus Filch no Harry Potter – aliás, o próprio David Tennant fez Harry Potter, ele é o Bartô Crouch Jr. no Cálice de Fogo.

Bom, Jack Marshall é o velho solitário da cidade contra quem recaem suspeitas do crime – fomentadas e até criadas pela imprensa – por conta de algum passado misterioso dele. Sem spoilar demais, trata de um assunto que eu gosto muito, o do julgamento pela mídia. Ainda assim, tocamos em um assunto do momento no Brasil, dos justiceiros populares. Não bastasse a história interessante como entretenimento, ficou um pouquinho de reflexão para nós.

O final é surpreendente e encaixou perfeitamente. Não esperava de forma alguma.

Ficou aquela vontade de assistir mais, muito embora se tivesse ficado assim não teria nada faltando. Parece que haverá. Vi esses dias que em 2015 a série volta com o mesmo elenco. Não sei o que esperar. Mas não vejo a hora!

Obviamente houve projeto de remake americano. A FOX vai trazer na sua programação de destaque esse ano a série Gracepoint. O curioso é que a série também será interpretada pelo David Tennant. Fico curioso em como será. Mas, por outro lado, vejo os americanos repetindo os erros. Parece que a série terá 20 episódios. Parece a mesma coisa que fizeram com The Killing, mas só vendo pra saber.

Recomendo muito essa série. Com certeza deixa uma marca.

FDL

terça-feira, 13 de maio de 2014

Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal

paranormalFilme: Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal ( Paranormal Activity: The Marked Ones)
Nota: 7
Elenco: novatos no meu conhecimento
Ano: 2014
Direção: Christopher Landon

 

 

 

 

Quem achou que esse filme seria só mais uma enrolação aproveitando o título da série de filmes famosos? Acertou, claro. Mas foi surpreendente como foi bem feito, atuado, além de ter participações de personagens das outras histórias.

O filme evolui de forma idêntica aos outros, talvez o terceiro tenha sido um pouco diferente. Começamos com alguém adquirindo uma câmera, umas cenas de humor bobo, o humor bobo mexendo com o que não deve e as vidas irem degringolando com cenas bem realistas de algum tipo de assombro. A chamada de um especialista é onipresente também.

Esse filme aparentemente não tem relação com os outros, porque trata de uma comunidade de latinos jovens americanos. Foi legal essa sacada e os atores são todos bons. Só o final que demonstra a relação com os outros filmes.

Tem uma parte que enrola bem, mas no final dá sustos, tensão e é uma boa pedida pra filme de terror.

É filme de terror, não de filosofia, não dá pra esperar demais. Mas é uma boa opção de diversão.

FDL

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Season Finale: The Mindy Project – 2ª Temporada

mindys2Ótima temporada, de uma série leve, despretensiosa e genuinamente engraçada, até pela certa inocência.

A série teve audiência baixa, mas recebeu um surpreendente apoio da FOX e volta no final do ano com nova temporada. Foi priorizada a qualidade e o potencial.

A temporada foi marcada por um passo à frente nos relacionamentos de Mindy, que teve vários namorados, mas desenvolveu sua relação com o Dr. Castellano. Também entrou na série o Dr. Peter, que fez bem, com seu humor mais bobo.

Continuo admirando a Mindy, que faz humor com ela mesma tanto nas cenas de se colocar em situações constrangedoras quanto quando demonstra uma confiança admirável em si mesma.

Falta profundidade nas histórias e há episódios que não contribuem em nada, mas é uma comédia de tv aberta, está lá para nos divertir. E enquanto isso acontece, mesmo eu não conseguindo ter tempo de ver quase nada, quando ligo a televisão e penso no que escolher, escolho Mindy.

Até a volta.

FDL

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Restos Mortais – Patricia Cornwell

“Não tinha pulsação.

Virei-a de costas e comecei a reanimá-la mas o coração e os pulmões já tinham sucumbido há muito tempo para se lembrarem do que deviam fazer. Segurando-lhe o rosto, senti o calor dela e o seu perfume, e comecei a tremer, incontrolavelmente, num acesso de choro.

Não liguei ao som de passos nas tábuas do soalho até perceber que eram demasiado leves para serem de Marino.

Ergui os olhos no momento em que Pat Harvey pegava no revólver que estava em cima da mesa de centro.

— Desculpe. - O revólver tremeu quando ela o apontou na minha direção.”

restosmortais-patriciaFinalmente li a Parte 03 dos livros da Dra. Kay Scarpetta:

“Em Restos mortais, a história começa quando um casal de namorados some sem deixar vestígios, tudo indicando que eles partilharão o destino de outros tantos jovens casais desaparecidos: serão encontrados meses depois, em estado de putrefação no meio do mato. Com sua frieza profissional temperada por um caráter passional e obsessivo, Kay Scarpetta estará na cena do crime desde o início. Acompanhá-la no trabalho é participar de uma engrenagem feita de medo, suspense e compaixão.”

É um bom livro, mas entre os que eu li da Patricia Cornwell, não é o melhor, porque o meio se arrasta um pouco.

De todo modo, fiquei impressionado como com livros comerciais e focados em crimes essa autora consegue aprofundar alguns personagens. Nesse livro foi o caso da amiga Abby e da poderosa Pat Harvey.

É muito boa a sensação de terminar de ler um livro dessa autora, que amarra tudo certinho, não deixa nada mal contado e sempre me surpreende com os finais.

O livro seguinte da lista eu já li também. Foi um embalo. Fica para um próximo post.

FDL