terça-feira, 30 de abril de 2013

A Caça

acaçaFilme: A Caça (Jagten)
Nota: 9,5
Elenco: Mads Mikkelsen (que voltou a aparecer com a versão em série do Hannibal). Não conheço os outros atores dinamarqueses.
Ano: 2012 (mas está nos cinemas agora no Brasil)
Direção: Thomas Vinterberg

 

 

 

 

É uma produção dinamarquesa, muito bem recebida pela crítica, que acabou sendo levada ao mundo todo.

Trata-se da história de um professor do jardim de infância, Lucas, que tem uma vida solitária depois de seu divórcio, mas tem uma aluna, Klara, que gosta muito dele. Essa menina é de um lar de constantes brigas e não tem muita atenção dos pais.

Um dia, após ser repreendida pelo professor, Klara diz à diretora da escola que viu o pinto do professor. A partir daí, a vida de toda a comunidade muda, mostrando de verdade o que é a punição por um crime: a exclusão da sociedade.

O filme é extremamente esperto, porque evolui de forma natural, mostrando lados azedos da sociedade e as consequências disso.

Uma parte parece principal, mas pra mim é secundária, que é questão da forma a se investigar um crime como esse, que além de mexer com um assunto desconfortável a todos, gera consequências nefastas e indeléveis ao acusado e, por isso, carece ainda mais de toda a certeza do mundo. Mas como?

O ponto pra mim é mostrar como a sociedade sempre está pronta para a acusar, punir, linchar, excluir. É aquela sensação que temos de acusar os outros, assim, de alguma forma somos melhores ou limpos. Mas somos? Claro que não.

Essa gana por punição, essa curiosidade sádica por cavar maldades, induz terceiros, de forma descontrolada.

A gente repara que a história se transforma no ponto em que não é dada a possibilidade a Lucas de se defender, porque parte-se do pressuposto de que crianças não mentem. Claro que mentem! Claro que imaginam! Claro que abusam para terem atenção!

Como se o filme não fosse rico o suficiente, ainda, no finalzinho nos deparamos com a situação do absolvido criminalmente. A vida dele volta a ser a mesma? Claro que não. A sociedade às vezes o aceita de volta, mas a cena final mostra que ele sempre será julgado e sempre estará vulnerável a mais agressões, mesmo sendo tão inocente ou não tão inocente quanto todo o resto da população.

Aliás, de inocente mesmo o filme só mostrou a coitada da cachorrinha, que acabou pagando o pato em uma das cenas mais tristes que eu vejo em muito tempo no cinema.

Destaco, por fim, a relação de Lucas com o filho, que me surpreendeu na cena após o pai ser preso. Deixo para quem quiser assistir ainda, mesmo com todos os spoilers.

Recomendo muitíssimo. É desconfortável, mas real e necessário.

FDL

segunda-feira, 29 de abril de 2013

A Sombra do Inimigo

alexcrossFilme: A Sombra do Inimigo (Alex Cross)
Nota: 7
Elenco: Tyler Perry, Edward Burns, Matthew Fox, Jean Reno
Ano: 2012
Direção: Rob Cohen

 

 

 

 

O detetive Alex Cross está de volta. Mas agora em uma versão Velozes e Furiosos.

Quem já assistiu aos bons filmes Na Teia da Aranha e Beijos Que Matam, conhece o personagem, interpretado anteriormente pelo Morgan Freeman. Decaiu, né? Pois é.

Esse personagem é inspirado na sequência de livros de James Patterson, que já publicou algumas dezenas deles. São vendidos por aqui a preços populares nas bancas de jornal. Nunca li nenhum, mas tenho curiosidade. As história sempre são bem dinâmicas.

Não consegui encontrar em nenhum lugar se esse filme é inspirado em algum livro específico ou se é só um roteiro livre. De todo modo, vamos ao filme.

Me surpreendi com o trabalho do Matthew Fox, aquele pussy de Lost. Ele fez muito bem um psicopata extremamente violento e irônico.

Acabou sendo mais um filme de ação, com alguns chavões inevitáveis, mas nada demais também.

O Tyler Perry que não tem tanto carisma assim, mas o filme é bem feitinho e cuidado.

Para quem não está num dia muito exigente vale a pena. Só não vai mudar sua vida.

FDL

quinta-feira, 25 de abril de 2013

2 Coelhos

2coelhosFilme: 2 Coelhos
Nota: 8,5
Elenco: Fernando Alves Pinto, Alessandra Negrini, Caco Ciocler, Thaíde, Robson Nunes (o eterno Sávio)
Direção: Afonso Poyart
Ano: 2012

 

 

 

 

 

Quando eu vi o trailer desse filme deu uma curiosidade. Tava com cara de efeitos especiais e com linguagem diferente. Acabei esquecendo, porque apesar disso, a gente sempre se decepciona com essas promessas ousadas. Além disso, a Alessandra Negrini tava deixando com muita cara de Globo Filmes.

Só que há uns dias eu fiquei sem computador e tive que recorrer ao atualizado e pouco intermitente (não) serviço Now da Net e pensei ser a oportunidade de dar uma chance a esse filme.

A parte que num primeiro momento parece ruim é que tem tudo aquilo do cinema nacional que nós falamos mal mas adoramos ver: histórias de corrupção, malandragem na favela, violência urbana e putarias. Podiam sair disso, mas eles acharam que poderiam explorar esse aspecto mais um pouco. E fizeram isso bem!

De resto, há bastante inovação. A produção é toda editada com efeitos especiais modernos, que enriqueceram a linguagem pesada e impactante do filme. Foi um recurso bem utilizado e que deu muita realidade à história.

Não posso deixar de mencionar que usaram como locação o porão da minha saudosa Facvldade de Direito do Largo São Francisco como um tipo de caverna de esquisitões vidrados em tecnologia, bem ao estilo da USP mesmo. Aliás, o centro de São Paulo é bem utilizado.

O protagonista, vivido pelo ator Fernando Alves Pinto, tem todo esse estilo inteligente e desleixado. Foi muito bem interpretado. Aliás, esse ator, que eu não conhecia, é muito bom.

O resto do elenco também estava muito bem, mas nada demais.

Destaco também a trilha sonora, que mistura vários estilos, mas de um jeito interessante. Temos “Paciência” do Lenine, além de Titãs, Sou Foda e 30 Seconds To Mars.

Aliás, essa música do 30 Seconds To Mars dá esse aspecto moderno ao filme. Não conhecia bem essa banda, mas gostei da música. Segue o vídeo.

No final, o que assisti sem grandes expectativas acabou sendo um dos melhores filmes nacionais que eu assisti em anos. Valeu muito a pena.

Recomendo.

FDL

quarta-feira, 24 de abril de 2013

O Hipnotista

untitledO Hipnotista é um dos livros de suspense favoritos do momento. Isso se deve a vários fatores de sucesso, coisa meio ausente na literatura atual.

A obra é de um casal sueco, que assina com o pseudônimo de Lars Kepler. Há outros publicados, sendo que traduzido para o português até o momento só há O Pesadelo, que logo leio.

Os livros têm como personagem o detetive Joona Linna, que não tem lá uma personalidade tão marcante ou problemática como se observa na tendência atual. Já não aguento mais policiais alcoólatras, cornos, esquizofrênicos, grosseiros, misóginos ou solitários como forma de potencializar suas genialidades. Joona Linna é genial, mas sem esquisitices.

Em O Hipnotista há um crime extremamente violento em que uma família quase inteira é assassinada de forma brutal. Apenas o filho sobrevive e fica entre a vida e a morte. Como parte essencial da investigação e para evitar mais uma morte, é necessário fazer uma sessão de hipnose com o garoto, o que pode trazer consequências graves.

Em paralelo a isso, o livro conta a história do hipnotista, Erik Maria Bark, que após um evento traumático prometeu nunca mais praticar a hipnose, ficando em um dilema quando é chamado.

O suspense do livro fica maior quando o filho de Erik é sequestrado, tendo uma doença sanguínea grave e precisando de injeções. Teria esse sequestro relação com o crime? Com a nova prática da hipnose?

A primeira parte de O Hipnotista é frenética, você esquece que tem vida e lê tudo direto. O casal foi genial nessa narração. A segunda parte se arrasta um pouquinho, quando Erik relembra seu passado e os motivos que o fizeram parar com a hipnose. O final retoma o ritmo forte e o desfecho é excelente.

Foi um dos melhores livros que eu li recentemente. Mesmo com essa parte mais mortinha, ela não deixa de ser interessante, sobretudo quando aumenta o suspense.

Não canso de dizer que os suecos estão com tudo nesse gênero. Continuo comprando livros e vendo filmes porque nunca me arrependo. Eles saem das fórmulas prontas que o resto do mundo costuma usar. Não é à toa que sempre estão copiando e fazendo versões.

Logo que eu terminei o livro vi que tinha saído o filme. Assisti logo depois:

 

o hipnostista - filmeFilme: O Hipnotista ( Hypnotisören)
Nota: 7
Elenco: atores suecos, não os conheço.
Ano: 2012
Direção: Lasse Hallström

 

 

 

 

 

Aí já é problema. Claro que existe aquela verdade universal de que um filme jamais supera um livro. Mas precisa fazer assim?

O original tem muitos personagens e uma história detalhada. Por isso, alguns cortes teriam de ser feitos e eu entenderia. Mas mudaram toda a história!

O filme não chega a ser ruim, mas é triste ver o potencial não aproveitado. Sobretudo com relação à história do próprio Erik Maria Bark. Não só cortaram coisas essenciais como inventaram novas. Isso era desnecessário.

Na minha humilde opinião, se um diretor/roteirista quer fazer um filme inspirado em um livro, deve se despir de vaidades criativas e respeitar o trabalho original. Do contrário, no mundo do cinema sempre são bem-vindas histórias originais. Tentar aparecer mais que o livro nunca dá certo.

O elenco é bom, sobretudo o Joona Linna, o que ainda é uma boa opção de filme de suspense. Mas fica um gosto de amargo por vermos algumas liberdades tomadas de forma desnecessária.

Ainda assim recomendo.

FDL

terça-feira, 23 de abril de 2013

Solteiro com Filhos

friends with kidsFilme: Solteiro com Filhos (Friends With Kids)
Nota: 7
Elenco: Adam Scott, Jennifer Westfeldt, Maya Rudolph, Chris O'Dowd, Kristen Wiig, Jon Hamm, Megan Fox e Edward Burns.
Direção: Jennifer Westfeldt
Ano: 2011

 

 

 

Atrasei bastante para assistir a esse, mas nunca esteve no clima. Guardado no HD, um dia chegou sua hora.

É uma comédia romântica, um pouco mais dramática que as outras, que retrata um ponto diferente dos casais – não só a relação amorosa ou a paixão, mas como funciona a amizade entre eles, a parceria.

Para isso, o recurso utilizado é mostrar vários casais de amigos, que possuem personalidades diferentes e ao passar do tempo têm as relações evoluindo de formas diferentes também.

Jason e Julie são melhores amigos sem sexo, mas conforme o tempo passa e a idade chega, ambos resolvem ter um filho juntos, dividindo a criação, mas sem serem casados. A partir daí, com essa mudança grande na vida, eles precisam finalmente parar e pensar sobre a relação que têm.

O elenco é excelente, juntando vários dos maiores nomes da comédia atual. Mas a comédia não é o foco. Ao contrário, ela é sutil e fica em segundo plano várias vezes. Não é um filme hilário.

Só que é um filme bom, que tem bons diálogos e trata com maturidade e sensibilidade as relações de casais diferentes.

Não me marcou muito e talvez eu esqueça desse filme. Mas certamente isso é porque não tem muito meu estilo. Recomendo para quem gosta de ficar filosofando sobre os casais.

FDL

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Prime Time

prime timeFilme: Prime Time
Nota: 8
Elenco: Malin Crépin
Direção: Agneta Fagerström-Olsson
Ano: 2012

 

 

 

 

 

É uma produção sueca, que faz parte de uma série de filmes inspirados nos livros da autora Liza Marklund. Não é o primeiro (dessa série é o segundo), mas acabei assistindo porque eles são de histórias relativamente independentes e porque foi o que apareceu mesmo.

As histórias seguem a jornalista Annika Bengtzon, que sempre se envolve em situações criminosas e perigosas quando está trabalhando em suas matérias. No plano de fundo ela tem um marido que lamenta o fato de sua esposa ser uma workaholic.

Prime Time tem como plano de fundo um crime acontecido em uma casa fechada onde era produzido um programa de televisão sensacionalista. A jornalista principal, talentosa e odiada por colegas invejosos é assassinada, sendo suspeitos todos os integrantes da equipe do programa. Como tem uma amiga sendo principal suspeita, a jornalista Annika se envolve nas investigações (mesmo sem ser convidada) para descobrir a verdade e, claro, ter a notícia.

É um filme bom, de narrativa que flui bem, sem ser cansativo e mantendo o suspense vivo do começo ao fim. Tem mais estilo de seriado, o que deve fazer sentido, já que todos os filmes me parece terem sido exibidos na televisão e em 2012, com exceção de dois mais antigos. É uma típica produção de suspense sueca, o que já tem deixado a sua marca, com estilo próprio. Eu recomendo.

Preciso me informar melhor sobre esses livros, quem sabe são bons?

Pretendo ver os outros filmes. Comento melhor.

FDL

Series Finale: Up All Night – 2ª Temporada

up all nights2Depois de um certo atraso eu terminei de ver a segunda temporada de Up All Night.

No final da temporada passada a série foi renovada pela risca, quase dança. Devia ter acontecido isso.

Como mudanças no enredo para subir os números, a personagem Ava perdeu seu emprego, junto, por consequência, de Reagan, que agora resolve cuidar da filha. O marido, Chris, volta a trabalhar e resolve criar com o cunhado, Scott, uma empresa de construção. A série ficou completamente domesticada.

Esse cunhado, que nunca tínhamos visto, foi enfiado no elenco principal e não acrescentou em nada. Era apagado e sem personalidade. Um capacho gay para Ava também apareceu, mas sem sentido, porque ela odiava ele. Tudo ficou confuso e sem propósito. As piadas perderam a graça também.

Foram exibidos 11 episódios com audiência baixa e foi anunciado que a série seria mudada, com a saída de um criador e para o formato tradicional das sitcoms, com plateia. Depois disso a atriz Christina Applegate saiu da série anunciando (óbvias) diferenças criativas. Daí então o status da série é de não ter previsão de volta. Claro. Foi cancelada.

Uma produção de Lorne Michaels, com um excelente elenco, não precisava se curvar assim para a audiência. Quando isso acontece, não só novos telespectadores não aparecem como os antigos tendem a sumir. Foi uma pena a decisão criativa tomada nessa série, que era muito boa na primeira temporada.

Espero em breve poder ver a Maya Rudolph novamente.

FDL

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Possessão

possessãoFilme: Possessão (The Possession)
Nota: 5
Elenco: Jeffrey Dean Morgan, Kyra Sedgwick
Ano: 2012
Direção: Ole Bornedal

 

 

 

 

 

Eu já disse que andei cansando dessas produções sobrenaturais porque seguem uma fórmula muito engessada. Ninguém ousa.

Pega-se um ator/atriz famoso/a, utiliza-se alguma lenda que caiu na cultura popular (geralmente pra dizer que o terror é inspirado em fatos reais) e cria-se um personagem que acaba de mudar de casa/emprego/cidade depois de alguma tragédia pessoal. Assim se abrem os portais para alguma maldição/stalker/criança bizarra. Depois de uma fase de pesquisa, (nos anos 90 eram em bibliotecas com cópias em telas, agora é no Google) o mal é descoberto e há a ajuda de algum sábio para eliminar o mal, com fogo, magia ou exorcismo.

Isso se não for um remake, o que deixa tudo bem mais fácil.

Nesse cortaram o orçamento da celebridade e ficaram com dois meia boca. O cover do Javier Bardem e a Kyra Sedgwick, que só fez sucesso na televisão, e olhe lá.

Depois de explorarem tantas religiões e cultos, alguém teve um click e lembrou dos judeus ortodoxos! Claro, faltavam eles!

Clyde é um professor que se divorcia e na sua casa nova leva suas filhas aos finais de semana. A mais nova e curiosa acaba arrumando uma caixa e a abre, libertando um demônio que toma conta do seu corpo. Sem ninguém acreditar em Clyde, ele pesquisa sobre a maldição e com a ajuda de um judeu consegue exorcizar o demônio em uma cena muito inverossímil dentro de um hospital, sem ninguém ver nada.

É isso. A fórmula.

O pior de tudo é que nós tomamos sustos, ficamos impressionados. Sabemos que são obras preguiçosas e oportunistas, mas quem liga? Bora tomar uns sustos.

O elenco trabalhou mal, com exceção da menininha.

Tem uma cena numa cozinha, com vidros no chão e uma faca no teto, que é de dar vergonha alheia. Coitada da Kyra Sedgwick – espero que tenha ganho bem.

Apesar de tudo, se estiver só afim de tomar uns sustos, ele cumpre o que promete. Mas não espere nada mais do que isso. Quando o filme acaba você pensa: pronto, 1h30min perdidos da minha vida.

FDL

terça-feira, 16 de abril de 2013

Quatro Amigas e um Casamento

Quatro Amigas e um CasamentoFilme: Quatro Amigas e um Casamento (The Bachelorette)
Nota: 7
Elenco: Kirsten Dunst, Lizzy Caplan, Horatio Sanz, James Marsden, Adam Scott, Rebel Wilson
Ano: 2012
Direção: Leslye Headland

 

 

 

 

Uma comédia que retrata um grupo de quatro amigas, sendo que delas três são magras e bonitas. Uma delas vai casar. Adivinha quem? Sim, a gorda feia bobona. O filme inteiro mostra as outras com inveja, a ponto de arruinar a festa e encarando nessa fase da vida delas que elas não são nada perfeitas e são é bem bagunçadas.

Tem uma metida a perfeitinha, a piranha burra e a inteligente revoltada.

Como visto, é cheio de clichés.

Acontece que eu precisava dar uma chance, porque é com a Lizzy Caplan e eu gosto muito dela.

No final acabou sendo bem divertido, porque tem umas piadas mais pesadas feitas com mulher por mulher, o que geralmente não acontece. Ou é um filme machista que faz delas objeto ou é uma comédia sem exposição por aquelas que não querem perder a vaidade. Pontos para o filme nisso.

De resto, muita putaria, drogas, bebida, já disse putaria? Aquilo que todo mundo gosta de assistir, mas finge pros amigos cults que não.

É engraçado e vale a pena assistir quando estiver de bobeira. Foi assim que eu fiz.

FDL

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Season Finale: Monday Mornings – 1ª Temporada

monday mornings

Acabou talvez a melhor estreia do ano. Na TNT foram 10 episódios da primeira série médica que eu assisto.

O que me convenceu a tentar eliminar esse bloqueio foi a assinatura da série: David E. Kelley. O mesmo de Harry’s Law, Boston Legal e outras.

Minha esperança agora era que de que na tv a cabo o criador encontrasse seu público sem pressões tão grandes, já que diversas séries assim alcançam sucesso.

Certamente estive enganado. A audiência foi baixa e a série corre altos riscos de cancelamento.

Eu pesquisei por aí e me surpreendi com o fato de que ninguém rejeita Monday Mornings, o que ocorre é a falta de conhecimento de muitos da sua existência. Será que a TNT falhou no marketing? Parece que sim.

Monday Mornings trata do hospital Chelsea General e é focado em duas vertentes da medicina: a neurocirurgia e a os tratamentos de trauma nas salas de emergência. O ponto principal é discutir a ética médica.

Sendo assim, o diretor do hospital, interpretado pelo excelente Alfred Molina, sempre convoca nas manhãs de segunda-feira todos os médicos para uma reunião em uma grande sala, onde aponta as falhas médicase éticas de seus profissionais.

Da medicina em si eu não entendo, mas em todos os episódios há algum procedimento raro, muito arriscado, para salvar a vida de alguém.

Quanto à ética, aí sim vem o valor de ter David E. Kelley por trás da série. Nuances e detalhes sempre acabam sendo relevantes para mostrar que muitas vezes, por mais que tenhamos boas intenções, podemos cruzar uma linha imperdoável e indelével.

Temas como eutanásia, preconceito, ego, transplantes, vícios, alimentação, responsabilidade civil do médico, comunicação e tecnologias são só alguns que apareceram, muitas vezes misturados, uma vez que essa foi uma das séries mais dinâmicas que eu já vi.

Claro que old habits die hard e fatalmente nós vimos tribunais e advogados interrogando testemunhas. Não tinha como fugir disso.

Não gostei do arco de história que tratava da Dra. Tina Ridgeway e do Dr. Tyler Wilson. Eu sempre gostei dessa atriz, que trabalhou muito bem em Close To Home, mas o casal oscilava entre uma médica insegura e inverossímil e um médico convencido e apático. Ele só teve destaque de verdade no piloto. Nem preciso dizer do absurdo que foi aquele episódio do processo que ele sofre do ex-marido dela pedindo reparação por ter causado o divórcio deles.

A minha preferida com certeza é a Dra. Napur. A baixinha invocada, falastrona e barraqueira, que não tem medo de enfrentar o chefe e defende suas opiniões com paixão e garra.

Só de discutirmos alguns temas explorados na série com alguns amigos depois, já a faz valer por trazer à tona assuntos complicados.

Já ouvi falar que alguns atores estão envolvidos em novos projetos e que a série só vai oficializar o cancelamento. Não necessariamente, já que o David E. Kelley troca boa parte do elenco das séries quando se mudam as temporadas.

De todo modo, aguardo que volte no ano que vem, mesmo que em mais uma temporada curtinha. Se não ocorrer isso, que venha a próxima série do mestre do debate ético.

FDL

Amor

amorFilme: Amor (Amour )
Nota: 9,5
Elenco: Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva
Direção: Michael Haneke
Ano: 2012

 

 

 

 

 

Não conhecia o trabalho desse diretor e vi que ele já fez A Fita Branca e Violência Gratuita. Ambos filmes aceitos pela crítica. Preciso vê-los.

É a história de um casal de idosos, que passam pelo grave problema do enfrentamento da morte iminente, não sem antes passarem pelos tormentos das doenças.

Claro que a sensibilidade de ver ainda hoje um casal enfrentando esses problemas com amor deixa tudo mais bonito nesse filme inesquecível.

O elenco está impecável. A atriz Emmanuelle Riva concorreu ao Oscar e foi a minha favorita.

As cenas são cruas, reais, sinceras e, acima de tudo, verdadeiras.

Recomendo muito esse filme, que é triste demais, já aviso aos choradores.

FDL

terça-feira, 9 de abril de 2013

A Hora Mais Escura

zero dark thirtyFilme: A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty)
Nota: 9
Elenco: Jessica Chastain, Kyle Chandler e outros não muito famosos, mas muito bons.
Ano: 2012
Direção: Kathryn Bigelow

 

 

 

 

É um filme tenso e pesado sobre a captura e morte do terrorista Osama Bin Laden. É até mais que isso, é um retrato do serviço de inteligência norte-americano no pós 11 de setembro de 2001.

Lembra um pouco a série Homeland, principalmente por ter uma agente mulher nas investigações. Aliás, o trabalho da Jessica Chastain foi tão bom que lhe rendeu uma indicação ao Oscar e o prêmio no Globo de Ouro.

Houve críticas sobre a precisão dos fatos e sobre a ótica dada pelos norte-americanos, mas nem entro nesse aspecto, já que pra mim é irrelevante. Tudo nessa vida é ponto de vista.

O que me limito a dizer é que se trata de um filme muito bom, com boas tomadas, elenco, cenas de ação convincentes e um tema que certamente poderia ter sido explorado com alguns chavões poupados nessa obra.

É um pouco lento no meio, então se prepare. Mas de resto, recomendo sim!

FDL

Season Finale: Suits – 2ª Temporada

suitss2

Agora sim a temporada acabou.

Foram apenas 06 episódios nesse ano, completando os episódios do ano passado. Na verdade, pareceu outra temporada, porque os temas nem sempre estavam relacionados.

Ainda assim essa série é genial. A presença do Hardman sendo o vilão dá o toque de emoção que a série precisa.

O personagem do Louis é vem completo e embora seja coadjuvante, é muito importante nos desenvolvimentos das tramas. O ator está impecável.

Gostei do episódio Zane vs Zane, porque lidou com problemas familiares que muitas vezes são os motivos de decisões aparentemente equivocadas nas nossas vidas.

A série foi renovada. Volta nesse ano naquele mesmo esqueminha de sempre de episódios divididos de forma estranha.

Uma das minhas séries preferidas.

FDL

Argo

argoFilme: Argo
Nota: 9,5
Elenco: Ben Affleck, Bryan Cranston, John Goodman, Victor Garber, Tate Donovan, Clea DuVall.
Ano: 2012
Direção: Ben Affleck

 

 

 

 

Foi o grande campeão do Oscar nesse ano. Merecido.

É um excelente filme que traz uma ótica diferente às já tradicionais histórias de guerra e espionagem. O roteiro é todo contado com alguma leveza, até certo humor, fazendo assistir a essa obra ser algo bem tranquilo.

O trabalho como diretor do Bem Affleck até impressiona, já que ele não era um ator de grande destaque. Com isso a crítica teve de respeitá-lo.

O resto do elenco nem precisa de muitas credenciais, já que o trabalho deles fala por si só.

Aquela sensação de ansiedade de “será que eles vão conseguir?” é imperdível em um filme e faz com que sempre gostemos de assistir.

Recomendo.

FDL